segunda-feira, 26 de novembro de 2007

A VALORIZAÇÃO DO SER HUMANO

A VALORIZAÇÃO DO SER HUMANO

Por Flávio Rezende*

Sou consciente das dificuldades e polêmicas que permeiam determinados assuntos que nos dizem respeito. Sei, igualmente, que alguns apresentam muitos aspectos que devem ser considerados em momentos históricos diferentes.
Estou aqui pensando na necessidade de valorizar mais os seres humanos, principalmente num país como o nosso, em detrimento de máquinas trabalhistas.
Somos um Brasil gigante, com milhões de pessoas necessitando de trabalho e dinheiro diariamente. Alguns setores da economia avançam céleres para a automação. Não tenho nada contra, gosto do progresso e de suas facilidades, mas amo loucamente o ser humano, principalmente os mais carentes. Imagina se em todo o Brasil, do dia para a noite, todas as empresas de ônibus desempregarem os cobradores, os substituindo por catracas. Imagina o mesmo, com os frentistas dos postos de gasolina. Veja o que vai acontecer com milhares de músicos, se os donos de bares e restaurantes preferirem ambientação sonora com música eletrônica? Vai chegar o dia que não existirão mais caixas de supermercados, as compras vão ser escaneadas e no mesmo segundo a conta vai aparecer.
Gostamos das facilidades do mundo moderno pelo fato de estarmos ficando preguiçosos e egoístas. Estamos cada vez menos pacientes e amorosos. Não podemos esperar um atendimento mais demorado de um ser humano, mas nos conformamos diante de uma máquina. Elogiamos as mudanças que ocorrem no troca-troca de seres por equipamentos e, nos esquecemos que milhões de irmãos vão sendo desempregados, produzindo uma massa triste e desesperançada, pois sabemos que nem todos conseguem novas colocações do mercado de trabalho. Preferimos saudar a modernidade, a pensar na desumanidade das decisões.
Países com altos índices de empregabilidade, que recebem até cidadãos de outros rincões, podem se dar ao luxo de serem autômatos. Mas um país como o Brasil, só pode substituir os seres por máquinas, aos poucos, quando outras frentes de trabalho forem sendo ofertadas.
A convivência com seres de nossa espécie está acabando. Nos bancos tratamos de nossas economias com máquinas. Já comemos longe dos ambientes sociais. Assistimos filmes isolados em casa. Os computadores nos divertem solitariamente. Se no futuro, não tivermos mais o cobrador ou o frentista para uma conversa fiada rápida, o músico para ouvir sua performance, o garçom para nos servir e a caixa de supermercado para pacientemente passar tudo que selecionamos, o que será de nós?
A vida em grupo é saudável e necessária para nossa sobrevivência. Sem a troca de palavras, afeto e carinho estamos condenados à extinção. A continuar assim, chegará o dia em que não saberemos ao certo quem somos nós. O estranhamento público vai ser líquido e certo.
Precisamos nos valorizar, priorizar o ser humano. Gosto de ver pessoas tocá-las, amá-las. Precisamos empregar os seres humanos, torná-los visíveis e ativos.
Ame a vida e desenvolva igual amor pelos seres de sua espécie, como também por todas as outras, pois o amor que fui do coração para todo o universo, é a matéria prima divina que nos torna cidadãos planetários.

* É escritor e jornalista em Natal/RN ( jornalistaflaviorezende@gmail.com )

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