DATA: 26 DE ABRIL DE 2013 (SEXTA-FEIRA)
LOCAL: IATE CLUBE, VIZINHO AO PRÉDIO DA RAMPA
HORA: 18h
Coleção Bartolomeu Correia de Melo, vol. 05, selo editorial NAVE DA PALAVRA
GÊNERO:ROMANCE
ORELHAS DE EDUARDO GOSSON
PREFÁCIO DE WODEN MADRUGA
Médico
por profissão (dermatologista), Professor Aposentado da UFRN, CAIO FERNANDES DE
OLIVEIRA é oriundo de uma linhagem
nobre: sobrinho do poeta Jorge Fernandes, introdutor do Modernismo em terras
potiguares.
CAIO
FERNANDES DE OLIVEIRA fez sua estréia literária com Amnésia Estratégica, em1983,
Edições Clima, sendo bem
recebido pelos leitores e pela crítica especializada. Com mais de 7 livros publicados na área da
ficção e um na pesquisa histórica o IHGRN-
História e Acervo (2005) em parceria
com a confreira Arisnete Câmara, o que sobressai na sua escrita é a sua
filiação aos clássicos da Literatura. As
suas estórias tem começo, meio e fim e são bem escritas. Moderação no uso dos adjetivos. Essas breves
considerações são para dizer que CAIO FERNANDES
DE OLIVEIRA é um Escritor de verdade que, agora, resolve nos brindar com
um novo romance- Madame Colette-, ambientado
na Ribeira, no período da Segunda Guerra
Mundial . Sou testemunha de o seu fazer
literário: detalhista, é capaz de escrever e reescrever quantas vezes for
necessário para melhor traduzir uma ideia, um sentimento . Um bom Autor nos
prende logo quando solta o verbo: “
A seca que castigava o sertão era implacável e
distribuía miséria por todo lado. Com o pasto tórrido e os açudes secos, o
rebanho fora quase todo dizimado e as crianças estavam esqueléticas e
apáticas.. Foi nessa leva de deserdados, vítimas do rigor
climático e do latifúndio, que veio Imaculada, que mais tarde se transformaria
em Madame Colette, personagem
central deste romance.. Veja como o
Autor descreve Natal dos anos 40:
“ A
cidade era pequena e bem urbanizada, com largas avenidas cortando o seu traçado
longitudinal e pequenas ruas no sentido transversal. As construções eram
planas, com pouca verticalização e muita arborização nas ruas e nas
residências. O clima era agradável e ameno, com uma brisa fresca e permanente
vinda do Atlântico que ultrapassava as dunas e ocupava todo o seu espaço.” É neste cenário bucólico, transformado pela Segunda
Guerra, com a presença de tropas americanas, que se desenvolve a trama deste
romance. Da jovem ingênua que veio fugindo da seca não restava mais nada;
agora, Imaculada se transformara em Madame Colette: “ observou-os enquanto se dirigiam para o quarto. Pensou nela quando
jovem e nas perspectivas que poderia ter tido na vida se alguém tivesse lhe
orientado nos momentos difíceis e imaturos da adolescência. A guerra e a presença de tropas americanas na
pequena cidade modificaram completamente os hábitos e os costumes provincianos,
inoculando a semente inicial da degradação do tecido social motivada pela
identificação psíquico-patológica e não social e familiar, como tinha sido até
então. A velha cafetina sentia as mudanças promovidas pela ocupação militar e
lucrava com isso. Pretendia acumular dinheiro e bens para ter uma velhice
tranqüila, longe da tensão e do desgaste da vida mundana.” Madame Colette sabe tudo sobre os
habitantes e personagens desta cidade.Para ser cafetina é preciso ter os nervos
de aço e vender a alma ao Diabo. A sua
prosa não cansa e nos prende até o fim.
De
parabéns o Dr. Caio ao trazer mais uma
obra ficcional para os leitores, volume 5, da Coleção Bartolomeu
Correia de Melo (prosa), selo editorial Nave da Palavra da União Brasileira de
Escritores.Eis aqui um grande Escritor.
Eduardo
Gosson é presidente da UBE-RN.
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