DETH HAAK - A POETISA DOS VENTOS
GRUPO DE DANÇA AFRO DE LUANDA
Consciência...
Abro a cancela da mente e em minha senzala
Vejo aos escombros que de mim fizeram
Dormitar no viver que hoje se faz sentinela...
Reencontro dolentes os que nela adentraram.
Ao ranger os dormentes nos gonzos do peito
Somado ao pranto das almas negras vagantes
Que perambulam inda hoje, a clamar o direito
Por ter sido acorrentado aos troncos gritantes.
E na imensidão demarcada por murmúrios
Ouço lamento de meus irmãos indefesos
Na escuridão dum olhar farejando martírios
Dos escravocratas desta nação que seguem ilesos!
A cada tronco que encontro na memória revivo
O negreiro aportado descarregando meus genes
Sinto lanhar a chibata na pele escura e reflito;
Piso escutando gemido verter das progênies.
Nas labaredas que dançam festejando santos
Cravo olhar no sentir as argolas que degolam
Inda hoje! Meu povo chora lamentando nos cantos
Na quartinha d’ angola, nos guetos ,ao luar implora.
Traz o poema a sede duma liberdade que é mentirosa;
Nos lábios a fome dos Kuilombolas vingando tronco,
De pés descalço danço na fogueira do ontem; ardilosa
Finco a poesia como nos tempos que outrora conto...
Conclamo um passado que não foi instinto, há sinais!
Não silencia no tempo que passa, diz o corpo que não.
A voz enrouquecida no pueril da imaginação pelos ais
Na crueldade dos açoites que de longe ouço no porão.
Que ora clareia no fume do lampião, ora revela a vela,
Que acendo na intenção dos tantos escravos da nação!
Dum povo iludido... Arrastam índios e negros pra vala
A insanidade dos que tem o poder de libertar o irmão!
Que ressoe esse canto, e rufem o que a mim destina,
Ouçam as Negras que versam por não ver sentido,
Manchar o chão com tamanha demência que arruína
Os seres gananciosos pelo ter, descriminam é doido!
20/11/2007
“A Poetisa dos Ventos”
Deth Haak
Cônsul Poeta Del Mundo – RN
Sociedade dos Poetas V iv os e Afins
AVSPE
UNEGRO
Consciência...
Abro a cancela da mente e em minha senzala
Vejo aos escombros que de mim fizeram
Dormitar no viver que hoje se faz sentinela...
Reencontro dolentes os que nela adentraram.
Ao ranger os dormentes nos gonzos do peito
Somado ao pranto das almas negras vagantes
Que perambulam inda hoje, a clamar o direito
Por ter sido acorrentado aos troncos gritantes.
E na imensidão demarcada por murmúrios
Ouço lamento de meus irmãos indefesos
Na escuridão dum olhar farejando martírios
Dos escravocratas desta nação que seguem ilesos!
A cada tronco que encontro na memória revivo
O negreiro aportado descarregando meus genes
Sinto lanhar a chibata na pele escura e reflito;
Piso escutando gemido verter das progênies.
Nas labaredas que dançam festejando santos
Cravo olhar no sentir as argolas que degolam
Inda hoje! Meu povo chora lamentando nos cantos
Na quartinha d’ angola, nos guetos ,ao luar implora.
Traz o poema a sede duma liberdade que é mentirosa;
Nos lábios a fome dos Kuilombolas vingando tronco,
De pés descalço danço na fogueira do ontem; ardilosa
Finco a poesia como nos tempos que outrora conto...
Conclamo um passado que não foi instinto, há sinais!
Não silencia no tempo que passa, diz o corpo que não.
A voz enrouquecida no pueril da imaginação pelos ais
Na crueldade dos açoites que de longe ouço no porão.
Que ora clareia no fume do lampião, ora revela a vela,
Que acendo na intenção dos tantos escravos da nação!
Dum povo iludido... Arrastam índios e negros pra vala
A insanidade dos que tem o poder de libertar o irmão!
Que ressoe esse canto, e rufem o que a mim destina,
Ouçam as Negras que versam por não ver sentido,
Manchar o chão com tamanha demência que arruína
Os seres gananciosos pelo ter, descriminam é doido!
20/11/2007
“A Poetisa dos Ventos”
Deth Haak
Cônsul Poeta Del Mundo – RN
Sociedade dos Poetas V iv os e Afins
AVSPE
UNEGRO
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Teremos o maior prazer em receber seu comentário.