domingo, 25 de novembro de 2007

PERSONALIDADE CULTURAL - POETA E ESCRITORA ZELMA BEZERRA FURTADO

Escritora Zelma Furtado


Zelma na Loja Cultural do Memorial



Zelma na Biblioteca do Memorial
Zelma na Sala de Exposição
Vilmaci e Zelma na Musicoteca


A GUARDIÃ DA HISTÓRIA DA MULHER NORTE-RIO-GRANDENSE


ZELMA BEZERRA FURTADO DE MEDEIROS, terna e determinada. Requintada e culta. Quantos adjetivos mais não merece esta mulher que durante longos, árduos e difíceis anos, viajou, buscou, rebuscou, garimpou e resultante desse trabalho, fundou a Academia Feminina de Letras do Rio Grande do Norte, que tem sido modelo para a fundação de outras academias femininas pelo Brasil afora, que recebeu do Senado Federal , a requerimento do Senador Arthur Virgilio, voto de aplauso “pelo trabalho cultural que vem desenvolvendo naquele Estado”, o reconhecimento como órgão de utilidade pública, titulo concedido por nossa Assembléia Legislativa, dentre outras homenagens.
Agora, surpreendentemente, nos brinda com o MEMORIAL DA MULHER POTIGUAR, que reúne em um anexo a sua residência, todo o acervo coletado durante mais de uma década de pesquisas sobre as mulheres do Rio Grande do Norte que fizeram história, cada uma do seu jeito e no seu tempo quebraram tabus, reviraram costumes e abriram caminhos para muitas conquistas da mulher brasileira e, ora, habilmente, fazendo-as vivas para nosso convívio neste século XXI de novidades, mutações aceleradas e invenções, trouxe-as para nosso tempo, para o encontro com aqueles que não as conheceram e para o reencontro com aqueles que tiveram o prazer de com elas privar.
Nessa viajem arquicentenária, Zelma, mulher audaz, irrequieta, buliçosa, decidida, capaz, lutadora, empreendedora, esmiuçadora, encarna uma a uma, nossas mulheres, arrancando-lhes a alma, desnudando-as, enfeitando-as para esta festa cultural.
Nas visitas ao Memorial, único do gênero no mundo, como uma Sherezade nos vai contando suas histórias de sonhos, vocações, realizações, vontades, rebeldias, sofrimentos, amores e mistérios. Tem cada uma tatuada em sua alma, conduzindo-as pelas suas mãos, nessa viajem de volta, sem malas ou bagagens, apenas com a tinta e o papel, fazendo-as companheiras solidárias de sua luta para o engrandecimento da Cultura, através da história resgatada para as futuras gerações.
Na parede e sobre aparadores da sala de exposição, a memória cultuada, as mais belas fotos de um passado, tão presente, na hoje galeria das pioneiras potiguares.
Na sala seguinte, em perfeita harmonia de tons e temas, letras, citações, textos acadêmicos, crônicas, artigos, poemas, biografias, romances. Capas brancas, azuis, laranjas, verdes, amarelas, rosa-choque e lilás. Dorsos, prateleiras em mogno, a biblioteca – livros técnicos, didáticos, paradidáticos, científicos, literários, fonte inesgotável de conhecimentos, produzidos em sua totalidade por elas, as autoras potiguares. Sobre a pedra de mármore travertino da antiga escrivaninha, que compõe o mobiliário do Memorial, empertigadas, uma coleção de bonecas de fabricação chinesa em resina, carregando lupas, livros, estetoscópio, máquina fotográfica, calculadoras, seringas, medicamentos, objetos em geral, que representam as profissões femininas.
Ainda na sala de exposição, um mármore, sobre a madeira de lei, por sobre ele, elas, as patronas, maternais nos olhares atentos, distribuídas em porta retratos antigos, a indicarem os quarenta assentos. Ainda são vinte e cinco acadêmicas, mas elas, as patronas, esperam pacientemente pelas futuras ocupantes de suas cadeiras, que não tardarão a compor o universo das quarenta eleitas da Academia Feminina de Letras do Rio Grande do Norte, da qual Zelma Furtado é a guia-mor, a presidenta.
Em sua mente fértil, idéias borbulham em prol de seu Estado e da sua amada Cidade do Natal.
No baú, guardados, escritos, relíquias, retratos e tratados. Parabéns, Zelma, pela Academia Feminina de Letras do Rio Grande do Norte e pelo Memorial da Mulher Potiguar, sonhos que se tornaram realidade, graças a sua coragem, a sua determinação e ao seu empenho pessoal.
Zelma, é como o mandacaru que embeleza nosso sertão de terra rachada e sobrevive as intempéries, surpreendendo-nos, sempre, com uma nova flor. Assim é você, Zelma, presente, em cada página da história da mulher potiguar.

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