O artista plástico Vatenor abrirá oficialmente sua exposição “Luz – Cor – Cajus” amanhã (05) ás 19h30 na Fundação Capitania das Artes. As telas permanecerão expostas do dia 06 ao dia 30 de novembro de segunda a sexta-feira das 9h às 18h.
Com seu estilo inconfundível por retratar o universo do caju, Vatenor também comemora seus 35 anos dedicados a arte.
Contato Vatenor: 8733 6810
Em anexo seguem fotos de obras de Vatenor.
Vatenor por ele mesmo:
Nasci em Natal em 1953, fui fuzileiro naval de 1970 a 1974 no Rio de Janeiro, porém, resolvi trocar as armas pelos pincéis. Comecei a pintar na doida em 1974 e só depois foi que descobri, artisticamente falando, que eu era autodidata.
Participei de várias exposições coletivas e vários salões. Realizei vinte e quatro exposições individuais, no Brasil e no exterior, com texto de apresentação de alguns críticos e várias personalidades do Mitíer Artístico.
Morei 26 anos no Rio de Janeiro, onde tive o privilégio de conviver com a grande efervescência artística nas décadas de 70 e 80, quando o Rio de Janeiro terminava no Baixo Leblon, o Bar Lamas no Flamengo e a Pizzaria Guanabara eram os points, a partir da meia-noite. Morei em N. York de 86 a 88, participei de exposições coletivas, três individuais, e tive a oportunidade de conviver com grandes artistas como o escultor americano Mel Eduard , a poeta Negra Jane Cortez, o pintor brasileiro Ricardo Oliveira e um dos pioneiros da contra-cultura americana, Allen Gisberg.
Em dezembro de 1988 viajei para Paris para realizar uma exposição na Galeria Debret, na qual, fui bem recepcionado e tive a satisfação de ser hóspede do casal Sebastião e Leila Salgado
Em 1996 voltei para Natal acreditando que aqui poderia contribuir para o universo das artes plásticas. A intuição não me traiu, hoje chefio o Departamento de Atividades Culturais da Capitania das Artes e minha arte viaja o mundo com a explosão do turismo potiguar. Tudo isso é gratificante e reflete minha expectativa, uma vez que meu trabalho busca transmitir a atmosfera desta cidade luz, sol, sal, Natal. Depois de vagar na trilha dos trinta anos entre cores, linhas, curvas e retas, os frutos de minhas conquistas ai estão. Ação de minhas fantasias pictóricas as margens do Rio Potengi, embaixo dos cajueiros, pendurado nos galhos, meu brinquedo, meu alimento, meus sonhos, em busca de vocês e suas contemplações. Agora é com vocês.
Vatenor de Oliveira
Depoimentos sobre a arte de Vatenor:
“A natureza segundo a arte de Vatenor é perfeita. Evoca algo plasmado entre o demoníaco e o evangélico; esse sobrenatural votivo como uma vela, acesa, capturado num verso de Elisabeth Barret Browining. É uma natureza vital e modesta, observada desde a infância do artista, e assimilada e transformada em herança legítima nas oficinas de percepção e da sensibilidade.
Lembra o princípio indiano do nirvana; a absorção primeva do universo pelo homem; numa síntese em que o próprio homem dissolve-se em cada folha e em cada pedras do caminho; e no húmus encharcado da terra e das lagoas limosas, se completa.”
Franklin Jorge, Natal, 1984
Escritor e Crítico de Arte
“Vatenor, sem essa malícia sábia do pintor primitivo, pinta e repinta seus objetos, mais interessado que está em arranjá-los em novas composições do que em procurar introduzir novas anedotas. Por isso, essa lufada de ar fresco que nos sopra de seus quadros nos faz descansar das pesquisas incansáveis de sempre-vanguarda e também da falsa ingenuidade dos modernos pintores primitivos, que antes se chamavam “pintores de domingo” mas que hoje são pintores “em tempo integral”, administrando sabiamente de seus “ateliers” as fábricas de suas falsas ingenuidade em série.”
João Cabral de Melo Neto, Rio de Janeiro, 1988
Poeta e Embaixador
“Como um tecelão, Vatenor vai compondo a trama desta renda para a surpresa do crítico e do colecionador. Surpresa pela arte/engenho desse “naif” nascido e vivido na periferia da cidade e devolvido agora no mundo para a Arte que tem de reafirmá-lo. Lição de Mondrian (sem ir às teorias de Mondrian), mas lição de organização dos espaços figurados, divisão geométrica. Uma pintura plana, descritiva, rica de uma alegria comunicante; uma pintura descomprometida, leve como as folhas que o sal faz vernizes renascentes, nos verdes de dezembro.”
Dorian Gray, Natal, 1989.
Artista Plástico, Escritor e Crítico de Arte
“Vatenor não é um pintor obsessivo pelos cajus. Sua pintura é um reencontro humano, brasileiro e nordestino. Os frutos são vistos como ponto de encontro entre Céu, Mar e Terra. Frestas de Sol atravessando as veias das folhas. Verdes, vermelhos, amarelos e azuis. A infância e as primeiras sensações tornando-se formas plásticas amadurecidas na ternura e na revisitação das primeiras emoções.”
Franco Jasielo
Crítico de Arte
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