domingo, 6 de dezembro de 2009

ARTIGO DE FLÁVIO REZENDE


MEL E DEINHA


TEM MUITA MULHER BOA NO MEIO DO MUNDO

Por Flávio Rezende*

Linda e doce Mel, sua amada mãe Deinha sugeriu que ao voltar do trabalho adquirisse no comércio duas calcinhas para seu usufruto. Como gosto de tomar um café e passar alguns minutos lendo orelha e resumo de publicações na Potylivros do Praia Shopping, agradável ajuntamento de lojas nas proximidades de nosso lar, foi para lá que me dirigi em alegre missão para te deixar mais bela e confortável.

Quando estou só gosto de parar o carro um pouco distante do local a ser alcançado, mais uma maneira de queimar algumas calorias, pois seu pai pode ter algumas poucas virtudes, mas, ainda não conseguiu controlar a boca, comendo sempre mais que o necessário, o que provoca certo aglomerado de gorduras pelo corpo, nada muito grave, mas o suficiente para estar sempre um pouco acima do peso desejável.

Neste percurso proposital, caminhando e pensando em você, na sua mãe, irmãozinho, na vida e nas ações humanitárias da Casa do Bem, ouço um “pastorador” de carros dizendo para o outro em conversa particular entre eles: - “Tem muita mulher boa no meio do mundo”.

Sei que ele estava se referindo a questão estética, pois no mundo atual, 2009 para 2010, mulher boa geralmente significa aquela que possui um corpo convencionado pela maioria de bonito, sexualmente atraente e com formas bem delineadas e layout aprovado sem ressalvas.

Ainda sem alcançar o shopping, comecei a refletir sobre isso, só que meu pensamento migrou para um outro sentido da frase. Pensei na grande quantidade de mulheres boas que residem em nosso planeta.

É notável a apatia dos homens e o avanço das mulheres em todas as áreas do conhecimento, da tecnologia, do esporte, da medicina, do jornalismo e das atividades em geral.

Linda e doce Mel, como seu painho está envolvido com a Casa do Bem, tratando de assuntos relativos a ajudas diversas para pessoas carentes, lida com muitas pessoas. No balanço geral percebemos muito mais o envolvimento de mulheres nas ações, nas doações, na disponibilidade para fazer o bem.

A impressão que dá hoje em dia, neste tempo que seu pai vive com sua família, é que os homens estão cada vez mais egoístas, enredados em corrupção, uso de drogas, só querendo saber de futebol, bens materiais, prostituição, num alheamento que causa problemas de toda ordem entre os familiares, com acentuada queda de produtividade e preocupante desvirtuamento do foco nos valores humanos, base para uma sociedade mais fraterna e humana.

As mulheres, por sua vez, avançam céleres ocupando espaços antes restritos, deixando para trás preconceitos de séculos, destemidas, fortes, amáveis, dispostas para trabalhos de toda ordem, solidárias, cuidam dos filhos, dos maridos, governam, estudam e, se credenciam a cada ano, a cada dia e a cada segundo, a assumirem as rédeas do planeta, dando mais esperança aos que efetivamente precisam e torcem por um mundo melhor.

Muitas mudanças precisam ser implementadas para que sua geração possa se locomover pelo planeta de maneira mais saudável. Muitas ações humanitárias precisam ser postas em prática para que sua geração não herde um planeta mergulhado num mar de desigualdades sociais, com poucos ricos e muitos pobres, angustiando as almas boas e envergonhando nossa espécie.

Tenho fé que se mudanças efetivamente ocorrerem para que vocês possam continuar sentindo prazer em viver, para que seus filhos, doce Mel, possam ser chamados de terráqueos, essas mudanças na minha humilde opinião, vão acontecer por causa das mulheres.

Meu amigo “pastorador” tem toda razão, para mim, num sentido menos sexual e mais universal, realmente tem muita mulher boa no meio do mundo...

* É pai de Mel, escritor e ativista social em Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)




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