segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

POEMA DE DETH HAAK PARA MARIA EDUARDA


Exterminando sonhos...

Quando seu rosto eu olhava,

Sentia saudades de minha infância

Os mesmos olhos amendoados

Uma vasta cabeleira encaracolada

Que a brisa soprava embaraçando fios

E um sorriso largo de fazer inveja

Aos protéticos...

Enxerguei tanta vida em sua imagem

Que muitas vezes me transportei

Há tempos remotos...

Não tivemos a mesma sorte

Você fruto do desamor gerado

Pela descrença na vida do ser humano

E eu de um lar edificado, desejando

Que toda criança tivesse direito ao mesmo

Nos os poetas que visitamos o Canto do Mangue

A cada segundo sábado do mês, sentiremos.

Sua falta...

A cada Poesia que ali for recitada.

Eu agradecerei a Deus intercedendo por você

Por ter nascido do ventre que me gerou

E que de mim fez Poesia!

Não mas a veremos dançando

Ou nos pedindo um confeito

Por que um animal feito homem

Acertou uma bala em seu peito

Desculpe Anjo Moreno!

A insanidade do louco que nos levou você

E se minhas ações Sociais não puderam impedir

A sua partida tão precoce.

Desculpe se neste Natal a sua morada é uma cova rasa,

Com cruz de madeira podre achada no lodo do Rio Potengi

Pra nos fazer lembrar sempre que não somos onipotentes

E que por mais que façamos teremos mais para fazer

Pela infância abandonada por descaso do poder

Desculpe Anjo Moreno se as outras crianças

Da comunidade do Maruim, ou de qualquer alagado;

Ainda buscará nos lixões alimento pra dividir...

Ou até mesmo os restos de brinquedos

Pra no Natal, com outras repartir.

Desculpe Anjo Moreno o ventre que a concebeu

E a jogou na sarjeta, sem querer de você saber.

E o pranto que rola em minha face recordando você!

Desculpe Anjo Moreno, essa sociedade assassina,

Que permite o extermínio de vidas tão pequeninas.

Desculpe Anjo Moreno, essa chorosa poesia,

Que não encontra nas rimas consolo pra sua sina

E por eu ainda acreditar na justiça Divina!

Desculpe Anjo Moreno, ser pobre foi nosso destino,

Ser negro, não é desculpa pra sucumbir à infância,

Se com bala achada, ou com bala perdida!

Desculpe Anjo Moreno.

Deth Haak

A Poetisa dos Ventos”

Cônsul Poeta Del Mundo - RN

Embaixadora Universal da Paz

Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN

ATRN

Veja na íntegra: http://sandrofortunato.wordpress.com/

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