terça-feira, 29 de junho de 2010

BIZACO DA VILA DE PONTA NEGRA

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quinta-feira, 24 de junho de 2010

" Bizaco da Vila"

Solstício de verão
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O mês de junho é um período de muita alegria e festança, pois é vivenciado o ciclo junino, entre fogueiras, fogos, comidas típicas e muito forró. Para alguns estudiosos, o ciclo junino se inicia em 19 de março, dia dedicado a São José e ao plantio do milho, a base da culinária típica. Para o sertanejo e adepto da meteorologia popular, derradeira data para prever um bom inverno (chuvoso) ou seca inclemente.
Promessas, rezas e procissões acontecem para pedir chuvas fartas e benfazejas. É nas festas juninas que a religiosidade popular, herdada pelo branco europeu colonizador, extrapola os muros das igrejas católicas e atinge a comunidade em toda a sua plenitude.


















O ciclo junino, enquanto manifestação folclórica e popular proporciona momentos felizes no presente e, com certeza, gratas lembranças de um passado bom de recordar. A criançada, pela euforia de brincar com fogo, de se vestir de matuto ou matuto, de dançar quadrilha, de concorrer ao título de Rei e Rainha do Milho... A jovem, pela expectativa de tirar a sorte amorosa, nas inúmeras simpatias e adivinhações, de dançar quadrilha e forró... Os adultos pelas delícias gastronômicas da culinária junina, do forró nos arraiais... Os mais idosos, pelas músicas consagradas de Luiz Gonzaga, pelo colorido da festa...Não importa muito se o arraial está em Caruaru, na Vila de Ponta Negra ou numa rua da cidade grande... Importa, sim, que não faltarão alegria, fogos, comidas típicas e muito forró para festejar os santos juninos.






















"Aos Santos de Junho"

São João eu fui criança
Soltando traque e balão
E quando a saudade balança
Dentro desse coração
Faço no cabelo a trança
Armo de anágua o saião
Mostrando como se dança
Quadrilha Xaxado e Baião
Trago de volta a lembrança
E ao explodir o foguetão
Vem o riso da vizinhança
No culto da tradição
Pulo brasas da fogueira
Pra longe a superstição
Verso tronco da madeira
Como o milho do sertão
Alegro a família inteira
Se Antonio ou se São Pedro
No clarão dessa fogueira
Matuta sou do folguedo,
Canto Viva São João!


Deth Haak
" A Poetisa dos Ventos"


















Existem no decorrer do ano, diversas datas que são definidas como feriado seja municipal, estadual ou nacional. Mas, há uma questão muito séria que se encontra por trás de alguns destes feriados, são dias santos, por conseqüência consagrada há alguma entidade venerada por multidões; isso é uma forma de devotar louvor ou veneração a personagens declarados como santos (1Co 10.19,20).
As comemorações de São João fazem parte de um ciclo festivo que passou a ser conhecido como festas juninas e homenageia santos reverenciados em junho: Santo Antônio, São João, São Pedro e São Paulo .

Se pesquisarmos a origem dessas festividades, perceberemos que elas remontam a um tempo muito antigo, anterior ao surgimento da era cristã. De acordo com o livro O Ramo de Ouro, de James George Frazer, o mês de junho, tempo do solstício de verão (no dia 21 ou 22 de junho o Sol, ao meio-dia, atinge seu ponto mais alto no céu, esse é o dia mais longo e a noite mais curta do ano) no Hemisfério Norte, era a época do ano, em que diversos povos – celtas, bretões, bascos, sardenhos, egípcios, persas, sírios, sumérios – faziam rituais de invocação de fertilidade para estimular o crescimento da vegetação, promover a fartura nas colheitas e trazer chuvas.


No Hemisfério Norte, as quatro estações do ano são demarcadas nitidamente; na região equatorial e nas tropicais do Hemisfério Sul, o movimento cíclico alterna o período de chuva e o de estiagem, mas ainda assim o ciclo vegetativo pode ser observado da mesma maneira – alteração na coloração e perda das folhas, seca e renascimento.
O que ocorre com a natureza é algo semelhante à saga de Tamuz e Adônis, que submergem do mundo subterrâneo e retornam todos os anos para viver com suas amadas Istar e Afrodite e com elas fertilizar a vida.

Com o cultivo da terra pelo homem, surgiram os rituais de invocação de fertilidade para ajudar o crescimento das plantas e proporcionar uma boa colheita. Os rituais de fertilidade perduraram através dos tempos. Na era cristã, mesmo que fossem considerados pagãos, não era mais possível acabar com eles. Segundo Frazer, é por esse motivo que a Igreja Católica, em vez de condená-los, os adapta às comemorações do dia de São João, que teria nascido em 24 de junho, dia do solstício.

Quando os portugueses iniciaram o empreendimento colonial no Brasil, a partir de 1500, as festas de São João era o centro das comemorações de junho. Alguns cronistas contam que os jesuítas acendiam fogueiras e tochas em junho, provocando grande atração sobre os indígenas e os mesmo como encantados pelas labaredas, já dançavam... As relações familiares eram complementadas pela instituição do compadrio, que servia para integrar outras pessoas à família, estreitando assim os laços entre vizinhos e entre patrões e empregados. Até mesmo os escravos podiam ser apadrinhados pelos senhores de terra ,é ... e quantos batismos surgiram nessas noites nas senzalas. Havia duas formas principais de tornar-se compadre e comadre, padrinho e madrinha: uma era, e ainda é, através do batismo; a outra, através da fogueira. Nas festas de São João, os homens, principalmente, formavam duplas de compadres de fogueira: ficavam um de cada lado da fogueira e deveriam pular as brasas dando-se as mãos em sentido cruzado. Hoje as festas juninas possuem cor local. De acordo com a região do país, variam os tipos de dança, indumentária e comida. A tônica é a fogueira, o foguetório, o milho, a pinga, o mastro e as rezas dos santos.

No Nordeste sertanejo, o São João é comemorado nos sítios, nas paróquias, nos arraiais, nas casas e nas cidades. A importância dessa festa pode ser avaliada pelo número de nordestinos e turistas que escolhem essa época do ano para sair de férias e participar dos festejos juninos. Na Amazônia cabocla, a tradição de homenagear os santos possui um calendário que tem início em junho, com Santo Antônio, e termina em dezembro, com São Benedito. Cada comunidade homenageia seus santos preferidos e padroeiros, com destaque para os santos juninos. São festas de arraial que começam no décimo dia depois das novenas e nas quais estão presentes as fogueiras, o foguetório, o mastro, os banhos, muita comida e folia. As festas juninas, com maior ou menor destaque, ainda são realizadas em todas as regiões do Brasil e representam uma das manifestações culturais brasileiras mais expressivas. Santo Antônio. festejado no dia 13 de junho, é um dos santos de maior devoção popular tanto no Brasil como em Portugal, era admirado por seus dotes de ótimo orador, pois quando pregava a palavra de Deus ela era entendida até mesmo por estrangeiros. É a ele que as moças ansiosas pedem um noivo. A prática de colocar o santo de cabeça para baixo no sereno, amarrada num esteio, ou de jogá-lo no fundo do poço até que o pedido seja atendido, por exemplo, é bastante comum entre os devotos.
Meu santo Antonio de Lisboa
Olhe o mundo como esta
Ontem te pedi marido, e não me
Fiz entender...


Marido não se pede, o milagre é
Atendido, marido é propriedade
De outra eu não tinha percebido...


Santo Antonio de Lisboa
Olhe o mundo como esta...
Ontem ele me abraçava , hoje
Não quer me olhar...
Quem mandou pedir marido
O pedido mal formulado...
Quero alguém para namorar
Ser Filial é complicado,


É dividir com a matriz,
Domingos e feriados...
O coração na maçã furada,
Reguei com mel de caju
O nome do pretendido,


Sobrou abelhas e moscas,
Adornando meu pedido...
Santo Antonio de Lisboa
Olhe o mundo como esta


Ontem eu recebia flores, hoje
Choro as pétalas, saudades
De namorar...


Não fiz certa simpatia, ou o mel
Estava passado, ou terá sido
À vela ou nome do namorado???
Rogo-te Santo Antonio ...
Livrai-me de AMOR não amado,


Santo Antonio de Lisboa
Olhe este mundo como esta.
Emane AMOR Santo Antonio
Aos que estão namorando
Aos que estão para casar...

Que sejam eles fiéis, e no sacro
Matrimônio, nunca deixem de namorar...
Aqui venho agradecer-te,
deste-me dois matrimônios,
Ó Santo casamenteiro.


Faço aqui a simpatia,
Não para namorado ter;
Pois eu namoro com versos,
Sou amante do soneto
Casada com poesia,
Sonhando poeta ser
...É o jeito .
Livrai-me, Santo Antonio de
Filial ser no leito...

Deth Haak
" A Poetisa dos Ventos"

João Batista, nasceu no dia 24 de junho, alguns anos antes de seu primo Jesus Cristo, e morreu em 29 de agosto do ano 31 d.C., na Palestina. São João ocupa papel de destaque nas festas, pois, dentre os santos de junho, foi ele que deu ao mês o seu nome e é em sua homenagem que se chamam “joaninas” as festas realizadas no decurso dos seus trinta dias. No Nordeste, por exemplo, essa festa é tão tradicional que no dia 23 de junho, depois do meio-dia, em algumas localidades ninguém mais trabalha. Moças, velhas, crianças e homens o fazem de oráculo nas adivinhações e festejam o seu dia com fogos de artifício, tiros e balões coloridos, além dos banhos coletivos de madrugada. São João, segundo a tradição, adormece no seu dia, pois se estivesse acordado vendo as fogueiras que são acesas para homenageá-lo não resistiria: desceria à Terra e ela correria o risco de incendiar-se.

São Pedro, o apóstolo e o pescador do lago de Genezareth, é considerado o protetor das viúvas e dos pescadores, sendo é festejado no dia 29 de junho com a realização de grandes procissões marítimas em várias cidades do Brasil. Em terra, os fogos e o pau-de-sebo são as principais atrações de sua festa. São Pedro, segundo a tradição católica, foi nomeado chaveiro do céu. Assim, para entrar no céu, é necessário que São Pedro abra as portas. Também lhe é atribuída à responsabilidade de fazer chover. Quando começa a trovejar, e as crianças choram com medo, é costume acalmá-las dizendo: “É a barriga de São Pedro que está roncando” ou “ele está mudando os móveis de lugar”. Dito que minha mãe repetia, que ouviu de vovó e que muito repeti ao meu filho!

É comum os colégios (empresas ou associações) programarem comemorações para unir as pessoas ou que nossos filhos, participem das Festas Juninas que são programadas, em especial, que sejam ativos participantes nas danças de quadrilha essa é a forma de eternizar os ritos da Cultura popular. À luz da amada Poesia, não enxerga nenhuma incompatibilidade com os princípios de fé. As Festas Juninas, não deixam a menor dúvida do congraçamento entre as pessoas ela é uma festa dedicada a santos Católicos e toda e qualquer participação do Povo de Deus é por ele abençoada, pois o mesmo mandou-nos o seu filho para juntar as pessoas, como posso pensar ser uma desobediência aos seus mandamentos quando a alegria e a Paz instalam-se nos arraias. Só mesmo Edir Macedo para disseminar essa crueldade entre seus fieis. O que já foi considerado permissividade pelos ditos religiosos, hoje felizmente é bem aceito por outras denominações religiosas, as práticas comuns aos que andam sob os conselhos da carne, são adaptadas e cristinianizadas. Já é possível encontrar igrejas “evangélicas” montando “arraiais juninos”, “quadrilhas” e outras manifestações comuns ao catolicismo.

É interessante como se julgava determinados costumes e atos de um povo e não conseguiam distinguir o que é TRADIÇÃO POPULAR do que é , tradição popular é a manifestação cultural e costume que o povo adquire no decorrer dos séculos e que como já foi dito se mistura com atos do Cristianismo, esse conjunto forma as tradições juninas, pouco importa o que a retrógada Igreja Universal, que vive loteando o céu diz sobre essa cultura, quais são os parametros estabelecido para realização de determinadas festas. A riqueza Cultural de um povo é o que identifica os mesmos no mundo, o erro está somente em colocar o misticismo que provem de épocas remotas ao próprio Cristianismo em conjunto com a fé de um povo, portanto antes de julgar atitudes é interessante saber sobre as origens e principalmente SIGINIFICADOS! Os meus dançaram e assim eu danço fica somente esse alerta, dancem!

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