domingo, 15 de agosto de 2010

TROVAS DE ADEMAR MACEDO

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Vão-se os dias... os milênios...
e, no anseio do saber,
cresce o delírio dos gênios,
fazendo o mundo crescer!
(Carolina Ramos/SP)

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Não fique assim tão tristonho,

não se escravize ao dinheiro:

- Vale mais um simples sonho

que a prata do mundo inteiro!

(Joamir Medeiros/RN)

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2000 > Niterói/RJ

Tema > DELÍRIO > M/H.

No delírio, encontro jeito

de ocultar esta evidência:

no vazio do meu leito,

cabe apenas tua ausência...

(Wanda de Paula Mourthé/MG)

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P R A I E I R A.

João Alfredo/RN

Os olhos saudosos

são conchas do mar

no bronze do rosto

que o vento acalanta.

Desperta a manhã

lembranças se aguçam

e barcos da mente

começam a vagar.

Ao longe o oceano

de olhares marinhos

vencendo caminhos

nas fúrias das vagas.

De resto a espera

na noite tão longa

ao sopro do vento

à luz das estrelas.

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Acordo e, no amanhecer,

envolto em profundo enlevo,

deixo gotas de prazer

em cada verso que escrevo...

(Ademar Macedo/RN)

...E Suas Trovas Ficaram:

Às vezes, o mar bravio

dá-nos lição engenhosa:

afunda um grande navio,

deixa boiar uma rosa!

(Luiz Otávio/RJ)

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Eu queria de novo ser menino

pra brincar com galinha de pereiro,

pra correr e brincar pelo terreiro

e na igreja poder bater o sino;

me encantar com os bois de vitalino,

tomar banho de chuva numa enchente,

com cordão extrair meu próprio dente,

e ir pro baile, escondido, olhar a dança;

Eu queria de novo ser criança,

Pra brincar de criança novamente.

(Ademar Macedo/RN)

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QUATRO LINHAS.

Rogaciano Leite/PE

Outrora reclamavas o tamanho

Das minhas cartas: “Como são tão breves!

Ao pegar o envelope, acho-as tão leves

Que logo experimento um choque estranho...

Não sejas tão mesquinho, tão tacanho!

Minhas cartas dão dez das que me escreves...”

E eu sempre respondendo: “Amor, bem deves

Saber que o tempo é curto e nada ganho...”

Tinhas razão em certo ponto. Tinhas...

No entanto, hoje me mandas quatro linhas

Tão secas e com tanta brevidade,

que eu, dissecando-as, por alguns instantes,

Não vi quatro vogais e três consoantes

Pra formar o vocábulo – SAUDADE!

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