quinta-feira, 18 de novembro de 2010

POESIA DO MEU AMIGO POETA E ESCRITOR CIRO JOSÉ TAVARES


VIAGEM DENTRO DO TEMPO*


No dia da noite seguinte, aurora

sangrará toda linha do horizonte,

purificando nuvens formatadas

corpos humanos pelas mãos dos deuses.

Flores brotarão avermelhadas

poluindo rios mortos nas nascentes.

Nas cidades suspensas, ruas de espaços

arderão sob enlouquecidas luas

apagando noturno olhar de homens.

No dia da aurora, sempre a noite

e seus transeuntes deprimidos,

que ressuscitam na manhã seguinte,

num renovar-se crescido de incertezas.

No útero da noite o dia explode

tempo refeito sem saber destino,

fictício azul esgarçando-se na luz.


*Ciro José Tavares,

in Anêmonas

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