terça-feira, 28 de dezembro de 2010

PAZ



POEMA DESENHADO NA PROSA INFLAMADA COM DESEJO DE PAZ

Irene Zanette de Castañeda

Revisto este poema de palavras naufragadas nas luzes de almas ainda iluminadas pelas festas natalinas. Passeio pelas ruas das delícias usufruindo da amizade, da solidariedade, do amor ardente, tão quente, tão sonhadoramente vivenciado. Passeio pelas esferas repletas de cintilações ocupadas com a iluminação sobre a humanidade. Quando sonho, passeio pelo meu universo repleto de ansiedade. E me enlaço nos seus braços, Ó Príncipe da Paz! Oh! Mar de carícias santificadas! Nas suas profundezas, naufrago e sinto uma tremenda Paz que me tira daquele cansaço de sofrer, cheio de raízes, agora arrancadas e jogadas no esquecimento. Então converso com meu Príncipe e vejo minhas palavras voarem. Encontram atentos ouvidos. Batem e se rebatem. Voltam renovadas para dentro de mim e renasço para a espiritualidade. Descubro meu mundo interior lubrificado de minha natureza bondosa, às vezes, esquecida quando convivo com meus algozes. Supero, assim, minhas frustrações com sabedoria. Canto com firmeza meus atos de significação social, cultural e artística apaixonados pela vida intensa. Sinto, nestes momentos, o sopro divino que me envolve de energia cósmica. Minha incoerência também me faz sentir paixões desenfreadas. São paixões sentidas em sintonia com meus desejos de verem transformados os corações humanos em humanizados. Assim, voam meus desejos pelas palavras criadas. Voam e expandem minha alegria celestial vibrando neste corpo tão misticamente embriagado. Por isso, a essência do meu ser sempre encantado. Sinto em meu peito um abrir de portas cheias de vida enamorada. E minha mente tece o espetáculo desta vida com todo sentido solidário, querendo atuar na consciência não só minha, mas do mundo inteiro, tantas vezes, em guerra com gente pobre, destripada, morta de fome no Favelário Nacional: um mundo desesperado, construído de mentiras e insanidades. Teço, com a alma das palavras, a PAZ, império do desejo harmônico, equilibrado. Faço voar, expandir, com este poema, cheio de esperança, proseado, a imagem da palavra acariciada pela música celestial em ritmos e pulsos do meu coração inflamado. Na história humana, a Paz não pode ser um mero engano, uma ficção. Esta palavra tão rica de sentido tem que se tornar uma grande música tecida no espaço, assim como, neste universo poético que deseja humanizar a humanidade. Tenho que comunica-la, mas não apenas uma comunicação do tipo publicitária ou monopolizada pelas figuras do Estado entretidas com o poder, mais nada. A Paz tem que ser convertida num diamante a ser repartido por todos os homens desta terra sem distinção de gênero, cor, credo ou raça. Esta é minha paixão em desespero esperançada. Uma luta travada no meu silencio falante contra o muro repressor que fecha os olhos da humanidade. Ainda assim, me alimento de esperança, embora todas as portas estejam fechadas para fecundar meus sonhos de Paz sempre anunciada. PAZ que há de ser sempre meu canto melodioso soando em todos os ouvidos dos humanos humanizados. Como neste dia, ela há de voar gostosamente sobre as cabeças refletoras de sabedoria, de humanismo e de solidariedade. É pena que ainda haja homens com as bocas cheias de belas palavras sobre a construção de um novo homem, de um novo mundo cheio de PAZ! Eles estão corroídos de má conduta, de ódio, de ganância de insensibilidade! Enganam tanta gente com mentiras deslavadas. Mas um dia, o pobre homem enganado, o favelado, saberá a verdade. Este pensamento reflete as metáforas de AL-Majani:” Eis aí uma casa graciosa habitada por gente vil”. E esta vileza segredada há de ser desmascarada por toda parte através da arte de sábias palavras que hão de permanecer nas consciências, um dia, iluminadas. E os corações serão fecundados pelos sonhos de Paz, pois só quem voa, saberá caminhar com Deus, em direção à esperança, único meio de plantar sementes, pois elas serão, a posteriori, grandes árvores floridas, frutíferas e com outras mil sementes a serem replantadas! Por que não começarmos este plantio pelo dia primeiro de Janeiro, o da Paz Universal?

Irene Zanette de Castañeda

Cônsul de São Carlos - SP

http://www.poetasdelmundo.com:80/verInfo_america.asp?ID=5622

irene@ufscar.br

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