quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

POESIA DE CIRO JOSÉ TAVARES

PEREGRINO

Fujo temporário

ou definitivo parecendo

pássaro voando cego

círculos concêntricos.

Não me liberto,

ao menos provisório,

porque equacionado

matemático, corro

mágico ao infinito,

buscando-me em ti mais

infinito.

Sentes frio e queres a

armadura de bronze

como escudo,

esquecido de que sou

criança no tempo da tua

dimensão.

Giro sobre o eixo

de minha própria vida dia

e caio turvo

na poeira de meteoritos,

sedimentada no espaço oco,

diametralmente oposto

às claridades infinitas.

Fujo às mãos de Tétis

que fiam diuturnas

a mortalha de Aquiles

e vejo Circe trabalhando

a túnica de Nessos que me veste.

Ciro José Tavares, in Baladas e Moinhos

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