Fujo temporário
ou definitivo parecendo
pássaro voando cego
círculos concêntricos.
Não me liberto,
ao menos provisório,
porque equacionado
matemático, corro
mágico ao infinito,
buscando-me em ti mais
infinito.
Sentes frio e queres a
armadura de bronze
como escudo,
esquecido de que sou
criança no tempo da tua
dimensão.
Giro sobre o eixo
de minha própria vida dia
e caio turvo
na poeira de meteoritos,
sedimentada no espaço oco,
diametralmente oposto
às claridades infinitas.
Fujo às mãos de Tétis
que fiam diuturnas
a mortalha de Aquiles
e vejo Circe trabalhando
a túnica de Nessos que me veste.
Ciro José Tavares, in Baladas e Moinhos
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