quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

ELEGIA PARA ÍLION


“Quando a nau deixou a corrente do rio Oceano

Chegou às ondas do mar de amplos caminhos.”

Odisséia, canto XII

Nas lágrimas de Andrômaca eu vi

a dor do rosto das troianas e o sangue a correr.

A lança de bronze que sustento na partida

foi cravada por Aquiles no peito de Heitor.

Regresso ao teu encontro, meiga tecelã.

Vencerei o oceano antes que saudades me derrotem.

As magias de Circe não me deterão

nem a helênica beleza de Nausica

aliviará as dores da distância.

Rei herói que fui e sou, volto mendigo

para ver refletidas na nudez dourada teu corpo

todas as cores das manhãs e dos ocasos do Egeu.

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