segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

CANTO DO MANGUE CULTURAL. SERÁ O FIM?


O COORDENADOR
do projeto cultural
CANTO DO MANGUE
escritor, editor e poeta Jaécio Carlos
informa que por falta de patrocínio (a Fecomércio não tem mais verba)
e de apoio (Funcarte e Fundação José Augusto, não se pronunciaram),
o Espaço Cultural Canto do Mangue não irá mais promover
os saraus nos segundos sábados de cada mês
homenageando poetas vivos do RN.

Desde março de 2008, ou seja há quase 3 anos, a Praça Por do sol, nas
Rocas, vinha recebendo pessoas, amigos, artistas, poetas
e familiares dos homenageados.
Nesse contexto promovemos também o projeto BOLACHAS
DE POESIAS colocando versos e poetas nos porta-copos distribuidos
gratuitamente pela Pitts Burg onde chegamos a 15 poetas, num total de
15 mil desses brindes onde também divulgava nossos poetas.
Sem patrocínio e sem apoio
fica dificil qualquer projeto seguir adiante.

Eu e Wellington Guedes,
lamentamos muito que nosso projeto
não tenha continuidade.

A ÚNICA PRAÇA DE POESIA DO BRASIL
ESTÁ AQUI EM NATAL


COMENTÁRIO DA POETISA DOS VENTOS

DETH HAAK

Assim falou Zaratrusta: “A arte existe para que a verdade não nos destrua ” bom quem disse à frase, e que desde o século IX faz muita gente boa parar e pensar foi o filósofo alemão Friedrich Nietzsche, dimencionar a experiência. E pela fórmula simples nos dada por Oswald de Andrade: A ALEGRIA É A PROVA DOS NOVE. A tristeza nos abate, esse é o meu sentimento, e o da plêiade de poetas que ancoravam a margem do Rio Potengi no segundo sábado de cada mês.
Saldávamos a vida em sua corporeidade! O Evento estava aberto para o encontro, essa era a função dos poetas nesta localidade, de contagiar poéticamente a amassa e, necessariamente disciplinar com cidadania. Sim eu acredito no potencial da Poesia para transformar o mundo, mas me incomoda como este potencial é pensado a partir de uma arte acadêmica, de vanguarda e erudita, que pressupõe uma hierarquização em relação ao outro que é considerado “alienado”. Esta alteridade entre quem faz o hapenning (o Poeta iluminado, libertador), e quem o assiste (o transeunte curioso, o morador da comuna que não tem acesso a políticas publicas, imagine culturais , a prostituta que atrasa o programa para nos escutar , o drogado assustado, indignado, mas sempre atento, sempre outro, por mais cara-a-cara que fosse a interação) que me incomoda nesta maneira de pensar a arte é o descaso dos gestores culturais.
Outra coisa que me incomoda, é quando para além da rotina massacrante, esquecemos a beleza da poesia que desburocratiza, de quanta arte cabe na vida daqueles transeuntes que a sociedade julga alienados. Desculpe, se me sinto em condição de libertar os sonhos aprisionados nas sebes dos que nada tem, e isso não é arrogância. Um espaço como o da Praça da Poesia no Canto do Mangue, deveria ser imitado em outras comunidades carentes de tudo, e ao invés de incentivar, calam esse manacial de vozes ecoadas em uma comunidade de diferentes significados conforme as atribuições feitas pelos seres humanos que a ocupam.
Uma visita a esse saraù para aquelas pessoas, era mudança de rotina, ver outras pessoas , entrar em contato com a vivência de outros seres uma oportunidade de trocas de experiências e aprendizado entre os que ali freqüentavam semeando “ ARTE” no solo dos que nela habitam, MUSICOS Poetas , compositores Declamadores e os pescadores tão queridos. Para isso, bastou a boa intenção de Jaécio Carlos e Welinton os que tiveram a iniciativa e a consciência de que o encontro teria um propósito e um efeito (que vai até além de nossa capacidade de mensurar).


Deth Haak

Portanto, para tal é necessária a não-alienação de quem promove e produz cultura, parabéns aos dois guerreiros que como EU pensam o comum.
Nossa arte não é arrogante, mas sim otimista – recusa o fatalismo e o conformismo. Não julgamos que nossos atos possam salvar o mundo, mas podem ressignificar alguns espaços e quebrar uma rotina opressora. A rotina de pessoas que não só ouvimos, mas com quem nos comunicamos… ali… cara a cara… Sendo, a poesia a mãe de todas as artes não esta distante da vida. Pois na verdade, não emula, transcreve e mimetiza criativamente. A poesia é um meio de reproduzir ou recriar em palavras as experiências da vida, tal como a pintura reproduz ou recria certas figuras ou cenas da vida em contornos e cores.
Porém, ao mesmo tempo em que imita a vida, a poesia a reinterpreta e recria. Nela, na poesia, a matéria prima que é o ser humano, a vida sobre a face da terra, é remodelada e recriada até ser transformada na obra poética, como nos painéis que adornam a praça, em versos e palavras que se alternam e expressam o que o coração sente e o que faz o espírito vibrar.
Conhecendo a profecia do Mestre Camara Cascudo,
“ Natal não consagra e não desconsagra ninguém”
Ao ser convidada a participar do Poeta Vivo Imortalizado, pronto cravei meu poema na praça, noite em que o nosso querido Tico da Costa “ in memórian”, levou seu canto para secar meu pranto
Pelo Rio Potengi que este estado mata a todo instante… Sim, sou poeta e canto em versos meu desencanto.

Deth Haak
“ A Poetisa dos Ventos”
Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN
Cônsul Poeta Del Mundo-PN
Embaixadora Universal da Paz- Geneve- Suíça
União Brasileira dos Trovadores
Academia de Letras do Brasil
Academia de Trovas do RN





Nenhum comentário:

Postar um comentário

Teremos o maior prazer em receber seu comentário.