Amanhã, a alegria ilusória dos clowns regressará
às ruas da infância desaparecidas como fantasias
espalhafatosas consumidas pelo tempo.
Correrei para ver no, meio da turba barulhenta,
o exagero dos sapatos e da indumentária,
a policromia da maquilagem negra,
vermelha e branca, no rosto acobertando
a melancolia dos dias solitários.
Na esquina fictícia, criança revelada
assiste arrebatada a dança dos fantasmas,
indiferentes às paixões de pierrôs e colombinas.
Amanhã, de manhã será domingo, carnaval.
No canto dos cordões a máscara e a face,
estranho paradoxo nas mãos entrelaçadas,
alegria, dor lágrimas sorrisos.
Amanhã de manhã será domingo, carnaval.
Assisto nas ruas da infância consumidas pelo tempo,
outono e morte dos clowns que não regressarão.
Ciro José Tavares
Fevereiro de 2011.
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