Na casa, nasceu Dhália Freire Cascudo, casaram-se Cascudo e dona Dhália e nasceram seus filhos Fernando Luís e Anna Maria. Foi nela que Cascudo escreveu praticamente toda sua monumental obra. Restaurada pela família desde dezembro de 2005, a casa reabriu ao público no final de 2009 com o nome Ludovicus - Instituto Câmara Cascudo. “Em latim, Luís é Ludovicus, nome pelo qual meu avô foi chamado ao ser batizado”, explica a neta Daliana Cascudo, que tem se dedicado a conservar e difundir o patrimônio cultural de um dos maiores intelectuais que o Brasil já teve. É ela quem nos guia pela casa, onde também morou quando criança, e mostra cada detalhe. De antemão, Daliana avisa que o local tem regras: “Só é permitido fotografar sem flash e é proibido tocar no acervo e móveis. Daqui só saem recordações”. A sala do piano, primeiro cômodo, abriga em fotografias a memória de grandes amigos que Cascudo recebeu em sua casa. Muitas fotos têm dedicatória, como uma do compositor Villa Lobos de 1944, onde ele assinou: “Uma boa testa para levar um cascudo amigo”. Completam o ambiente o piano de dona Dhália e um conjunto de cadeiras de jacarandá entalhado, de mais de 200 anos, dado de presente por Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, fundador da República do Rio Grande do Norte, ao coronel Francisco Cascudo, pai de Câmara Cascudo. À direita, o ambiente da biblioteca, a que Cascudo chamava de “A Babilônia”. Antes de entrar, nossa guia aponta para um cangaceiro pintado em um dos lados da porta. Dorian Gray fez para proteger o amigo Câmara Cascudo, pois era costume do professor trabalhar à noite e de madrugada. A pintura, de 1955, foi restaurada pelo próprio artista. “Procuramos preservar os ambientes exatamente como eram. Apenas tivemos que restaurar alguma parte do mobiliário e organizar”, conta Daliana. Para não dizer que não houve mudança, os mais de 10 mil volumes da biblioteca foram transferidos para o piso superior do pavilhão construído em 2008 obedecendo a mesma arquitetura da casa, com todos os elementos característicos da construção, datada de 1900. Passamos pela sala das coleções, que reúne mais de 700 peças - arte popular brasileira e estrangeira - e terminamos na lojinha. No espaço, encontramse à venda obras de autoria de Cascudo e estudos publicados sobre ele, títulos raros, que estão fora de catálogo, e peculiaridades como a Caixa 12 Contos de Cascudo em Cordel, o CD Brouhaha, com poesias musicadas por Cascudo, e o vinho Grande Reserva Câmara Cascudo, produto da Quinta do Portal, Portugal. Essas coisas, sim, o visitante pode levar pra casa. SERVIÇO | LUDOVICUS - INSTITUTO CÂMARA CASCUDO |
terça-feira, 10 de maio de 2011
A CASA DE CÂMARA CASCUDO
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