As pessoas que gostam de ler recebem sempre um livro de presente de um amigo dileto. Foi assim que o engenheiro Francisco Camargo (pai de Camarguinho) colocou em minhas mãos, com oferecimento e tudo, uma preciosidade denominada de DEZ CORDÉIS NUM CORDEL SÓ - 5ª edição - GL Gráfica e Editora - de autoria de um poeta mossoroense tido e havido como Antônio Francisco, com o sobrenome de Teixeira de Melo. Pelo dizer do amigo Camargo, o homem representa o que há de melhor na poesia popular da região, além de declamar como ninguém, a sua produção literária: “não sei se ele é melhor poeta ou ator”, prefaciou Camargo, informando-me, ainda, que o referido poeta popular tornou-se bacharel em História pela UERN e tem por profissão a feitura de placas na Cidade de Mossoró, já tendo se apresentado em Natal, onde foi ovacionado carinhosamente. Recebi o presente ao lado das entusiasmadas referências e ato contínuo, guardei o livro para manuseio e leitura posteriores, tendo, antes, navegado nas primeiras e segundas orelhas: na primeira, Gutemberg Costa, com a responsabilidade que tem de haver editado e difundido vários poetas da terra, diz que: “ No presente trabalho não faço elogios desmerecidos, nem críticas maldosas aos poetas que aqui estão verbetados, mas afirmo que Antônio Francisco é indiscutivelmente um grandioso poeta da nova geração da nossa Literatura Cordel”. Por sua vez, na segunda orelha do livro, o autor de Dez Cordéis Num Cordel Só, dá logo o recado a que se propõe, ao filosofar:
“Pra nós sermos amigos de verdade,
Precisamos amar e querer bem,
Repartir nosso pão pela metade,
Dividir nossos sonhos com alguém,
Plantar uma semente de amizade
No jardim onde nasce a solidão
E dizer no ouvido dum ermitão:
Plante um pé de amizade em sua horta,
Amizade é a chave que abre a porta
Do castelo onde mora o coração”
Confesso que após ler essa jóia de versos, iniciei, de imediato, a leitura do livro, que está enriquecido por trabalhos de Gustavo Luz - diretor da Editora Queima-Buxa, que explica as linhas destacadas do livro e de Luís Campos, que glosa:
“Se você quer conhecer,
Quem escreve em Mossoró,
É bastante você ler
Dez cordéis num cordel só”.
Depois, o meu amigo Caio César Muniz – Presidente da Academia de Poetas e Prosadores de Mossoró – explica Meu Sonho (Cordel n°1) no bem elaborado O Sonho de Toda a Humanidade, no qual vaticina: “ Sempre que tenho o prazer de ouvi-lo recitar Meu Sonho, me emociono ao final, pois sei que esse planeta encantado que ele sonhou só existe em sua mente maravilhosa”...
De sua vez, o poeta Erocildes Bezerra de Araújo destaca a seguinte mensagem:
“Oh, Antônio seu papel
Eu estou achando lindo,
Vai despertar o cordel
Que há tempo estava dormindo”.
Iremar Leite Pereira com o trabalho O Anjo do Sertão, às fls.23/4, fala de Antônio Francisco e apresenta o Cordel n° 2, Aquela Dose de Amor.
Severino Inácio, poeta dos bons, orienta:
“O livro tem dez cordéis,
Leia um de cada vez...
E depois decore os dez
Cordéis que Antônio fez”.
Continuando o exame e a apresentação originalíssima do livro, Gemaia (Professor Geraldo Maia) escreve A Título de Apresentação que: “A poesia de Antônio Francisco tem o incrível poder de encantar e fascinar a todos que dela tomam conhecimento” e comenta a poesia O Guarda-Chuva de Prata, que é o Cordel n°3. As Seis Moedas de Ouro (o 4° Cordel) recebeu a apresentação de Rubéns Coelho- Jornalista e Escritor – que conclui a sua dissertação da seguinte forma: “ Não sou crítico literário, nem tenho essa pretensão, mas vejo a poesia de meu amigo Antônio Francisco como uma das mais significativas que se faz no País, no gênero popular. E creio que essa será a opinião de quantos dela tomarem conhecimento”...
Antes, Francisco Nolasco (fl.46), poetiza:
“Antônio Francisco é poeta,
Pois já cantou céu e mar,
O belo da natureza,
O canto do sabiá.
E agora nos presenteia
Com sua verve tão cheia
Com dez cordéis num só lugar”.
Do Outro Lado do Véu – 5° Cordel – recebeu do poeta José Ribamar, os seguintes versos:
“As poesias de Antônio
São a história da lida
Dum povo sem liberdade,
Da própria honra ferida
Que anseia por justiça
Emprego, teto e comida,
São, além de fotocópia
De uma prole vencida,
Ficções, realidades
E crítica bem construída.
Ele, um grande idealista,
E as obras, lições de vida”.
O pesquisador Antônio Kydelmir Dantas de Oliveira, sócio da SBEC e do IHGRN, apresentou Do Outro Lado do Véu, escrevendo: “Dentro do DEZ CORDÉIS NUM CORDEL SÓ, ele nos apresenta uma viagem fantástica, que o poeta nos seus devaneios filosóficos se fez transportar para O OUTRO LADO DO VÉU”(...).
A Oitava Maravilha, que é o 6° Cordel, recebeu de Crispiniano Neto, poeta e advogado, a apresentação sob o título – Cafuné – Um Murro na Cara dos Antipoetas, às fls.73/74, podendo ser destacado no referido texto: “Antônio Francisco – a partir deste livro publicado quase à pulso por Vingt-un, que vem empurrando com a barriga a modéstia injusta do poeta - se inscreve no rol dos grandes da indústria mundial do verso”(...).
Os Sete Constituintes ou os animais têm razão (7° Cordel), recebeu do escritor e poeta Marcos Ferreira, a seguinte interpretação: “Quanto a este “Os Sete Constituintes”, sobre o qual me cabe deitar algumas impressões (pois o autor convidou uma pessoa diferente para comentar cada um dos dez poemas que formam este livro), digo que se trata de uma belíssima fábula que a cabeça prodigiosa de Antônio Francisco deu à luz”(...).
Seu Nãna – Cordelista –ao discorrer sobre o livro, especialmente sobre o 8° Cordel, O Feiticeiro do Sal, com o título Uma Obra de Arte, acrescenta o seguinte pensamento: “O que eu quero dizer é que, O FEITICEIRO DO SAL, que ele traz a lume agora, é simplesmente uma obra de arte”(...).
O 9° Cordel – História de Pescador – recebeu, de Luís Antônio, Presidente da Casa do Cantador, no escrito O Poeta Antônio Francisco (fl.111), o presente conselho: “Antônio faz uso de temas atuais, sociais, que mexem com o íntimo do ser humano, cultua o verso com o rigor métrico que a arte exige: Em História de Pescador o poeta não foge à regra, mas o ideal é que o leitor confira o que digo”(...).
Finalmente, Cid Augusto enfatiza no seu comentário A Arca de Noé (10° Cordel) que: “(...) A Arca de Noé, protesto inteligente e bem-humorado contra a devastação da natureza no Brasil, demonstra a verve desse autor que, por incrível que pareça, descobriu-se poeta faz poucos anos” (...).
Que dizer mais sobre essa pérola da literatura popular? Somente que estou encantado com o que li. Sabem todos os meus amigos mais aproximados que nem sou poeta, nem crítico literário. Apenas, um leitor que ousa escrever alguma coisa quando tem a oportunidade de ler trabalhos magníficos como Dez Cordéis Num Cordel Só, de autoria do fantástico Antônio Francisco, que exercita lições de história, sociologia, ciência-política, economia, ética, moral e cívica, de amor a terra e ao ser humano, especialmente, de poesia e genialidade.Estou pasmado!
Entendo que as entidades públicas e privadas poderiam “adotar” o poeta Antônio Francisco, pois, no futuro, certamente ele será a expressão maior da poesia popular brasileira. Finalmente, reproduzo o que disse ao escritor Jurandir Navarro, ao dedicar-lhe o livro de Antônio Francisco: “Somente Deus explica esse fenômeno!”.
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