Eu não desisto desse povo, assim rimo
Assim resiste meu país isso é destino!
Descrevendo nesta noite cedo ainda
Pro futuro que se aproxima da berlinda
Paços sem gloria que o Vento afugenta
O descalabro que minha gente agüenta...
Eu não desisto do Brasil país menino
Que cedo acorda ao badalar dum sino
Labuta ao sol anoitecendo a tarde linda
Passando fome inda sorri pra noite finda
Que lhe negou a cataplasma pra ferida
Sem cama quente sem o prato de comida.
Não desisto do meu Povo assim caminho
Sem ser descrente agradeço todo espinho
Olho a infância abandonada traço rumo
Esperançando amanhã assim me arrumo
Soprando as trilhas vou buscando atalho
Versando as horas consciente do trabalho.;
Eu não desisto! Nos versos deixo rastos
Erguendo olhos pesando os tantos rasos
Na balança ou nos trens descarrilados
Pelas esquinas mendigadas por ilhados
Em madrugadas de marquises friorentas
Eu não abdico de lutar pelo que lamentas...
Eu não desisto dos que a sorte renegados
Levanto o brado aos homens indignados
Envergonhados com essa falta de moral
Das lideranças no Congresso Nacional
Caudilhos surdos ceifadores da Liberdade
Basta de vetustos! Dêem vez à mocidade.
Eu não desisto è o POEMA minha espada
Desembainho verso a bandeira desbravada
Na retórica fraca da história Republicana
Eu não desisto e de Igualdade tenho gana
De ver sorrir sem preconceito minha etnia
Eu desafio, aos Poetas versejarem a tirania!
Eu não desisto deste verde desbotado
E do amarelo que foi ouro tão roubado
Muito menos desse azul tão uniforme
Pajeio branco campeando a Paz enorme
Eu não desisto do meu Povo abnegado
Que sofre agruras se dizendo abençoado!
“A Poetisa dos Ventos”
Deth Haak
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