terça-feira, 18 de outubro de 2011

Héstia rediviva



Ciro José Tavares


Se reclamas da terra o abandono

devolvo-te às estrelas vestida de poentes.

Suspensa no meu colo longa cabeleira,

fica para embalsamar meus sonhos mortos

e deitar no pedaço de chão onde nasceste

o resto do perfume exalado do teu corpo.

Amanhã serás somente esguio traço nu,

galhos que não reverdecem abertos ao espaço.

braços míticos,suplicantes diante da fornalha,

girando ao redor e devorando o tronco lentamente.

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