A
PALAVRA PACIFICADA
Maria Gilza de Medeiros
(Gilzinha)
Homenagem
prestada aos Meus Pais,
Toinho e Gilza, pelo transcurso de suas Bodas de
Diamante
Há
dez anos, neste local - tão sagrado para nós, caicoenses, como o são Varenasi,
Jerusalém e Meca para irmãos que professam outros credos – celebrávamos as
Bodas de Ouro de nossos Pais. Hoje, ascendendo a mais um grau de nobreza na
escala dos – por assim dizer - empreendimentos humanos bem-sucedidos, Toinho
e Gilza comemoram suas Bodas de Diamante. Uma relação construída ao longo de,
aproximadamente, vinte e um mil novecentos e sessenta dias - Eis aqui uma prova
inequívoca de que o Amor é o supremo bem!
Numa
era em que tudo se descarta rapidamente, onde o plástico e as bijouterias dão o
tom de tudo - inclusive dos relacionamentos - o brilho e a resistência do ouro
e do diamante são, de fato, um luxo que muitos poucos podem ostentar. Conhecedores
da diferença entre essência e aparência, eterno e fugaz, não por acaso, os
antigos associavam o que há de mais precioso ao amor...
Graças a Deus, descendemos de uniões
férteis e longevas. Nossos saudosos avós – “Seu” Chico Tocha e D. Santana,
“Seu” Antonio e D. Generosa – foram exemplos, também, de casais cujas vidas
foram devotadas ao amor e a família. Venturosamente, somos, eu e meus oito
irmãos: Gilda, Armênio, Loloza, Gêlza, Geilza, Netinho, Bebeca e Guêga – frutos
de uniões abençoadas.
O segredo para que uma família, um relacionamento cresça
e se consolide é a paciência, a caridade e o respeito – outros nomes do amor (que
também é paz, justiça, sabedoria e beleza...).
A paciência – que tem como recompensa a própria
paciência, segundo Santo Agostinho - nos ensina a usar com caridade e respeito a
mais poderosa de todas as ferramentas: a palavra. A palavra através da qual
Deus criou o mundo e que nos diferencia das outras criaturas criadas por Ele
criadas. A palavra que motiva, que conforta, que alegra, que corrige. E, a mais
sábia das palavras – que é a palavra guardada, a palavra pacificada. Aquela que
calamos para não desagradar, não magoar, não desunir. A palavra guardada é um
tesouro. Pessoas que se amam verdadeiramente falam muito através do silêncio,
da palavra guardada, da palavra pacificada.
Aprendi com os exemplos de meus avós e com meus pais essas
lições sobre a paciência, a caridade, o respeito - ao outro e a mim mesma. Exercitando-as
sinto que me torno um ser melhor e mais pleno.
Neste momento tão carregado de significações gostaria de
deixar como presente para meus irmãos, sobrinhos, parentes e amigos uma bela
recomendação contida em Eclesiástico (3, 9-10) e que desde pequena se tornou
sagrada para mim: “Honra teus pais por
ações, por palavras e com toda paciência, para que venham sobre ti as suas bençãos,
e estas bençãos permaneçam contigo até o fim”.
Que Deus abençoe os Nossos Pais, os nossos familiares e
os nossos amigos que – sob o terno olhar de Sant’Ana - vieram testemunhar e celebrar o poder do Amor.
CAICÓ/RN/BRASIL
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