domingo, 15 de janeiro de 2012

BODAS DE DIAMANTE


A PALAVRA PACIFICADA
  Maria Gilza de Medeiros
(Gilzinha)

Homenagem prestada aos Meus Pais,
Toinho e Gilza, pelo transcurso de suas Bodas de Diamante

Há dez anos, neste local - tão sagrado para nós, caicoenses, como o são Varenasi, Jerusalém e Meca para irmãos que professam outros credos – celebrávamos as Bodas de Ouro de nossos Pais. Hoje, ascendendo a mais um grau de nobreza na escala dos – por assim dizer -  empreendimentos humanos bem-sucedidos, Toinho e Gilza comemoram suas Bodas de Diamante. Uma relação construída ao longo de, aproximadamente, vinte e um mil novecentos e sessenta dias - Eis aqui uma prova inequívoca de que o Amor é o supremo bem!
Numa era em que tudo se descarta rapidamente, onde o plástico e as bijouterias dão o tom de tudo - inclusive dos relacionamentos - o brilho e a resistência do ouro e do diamante são, de fato, um luxo que muitos poucos podem ostentar. Conhecedores da diferença entre essência e aparência, eterno e fugaz, não por acaso, os antigos associavam o que há de mais precioso ao amor...
            Graças a Deus, descendemos de uniões férteis e longevas. Nossos saudosos avós – “Seu” Chico Tocha e D. Santana, “Seu” Antonio e D. Generosa – foram exemplos, também, de casais cujas vidas foram devotadas ao amor e a família. Venturosamente, somos, eu e meus oito irmãos: Gilda, Armênio, Loloza, Gêlza, Geilza, Netinho, Bebeca e Guêga – frutos de uniões abençoadas.
            O segredo para que uma família, um relacionamento cresça e se consolide é a paciência, a caridade e o respeito – outros nomes do amor (que também é paz, justiça, sabedoria e beleza...).
            A paciência – que tem como recompensa a própria paciência, segundo Santo Agostinho - nos ensina a usar com caridade e respeito a mais poderosa de todas as ferramentas: a palavra. A palavra através da qual Deus criou o mundo e que nos diferencia das outras criaturas criadas por Ele criadas. A palavra que motiva, que conforta, que alegra, que corrige. E, a mais sábia das palavras – que é a palavra guardada, a palavra pacificada. Aquela que calamos para não desagradar, não magoar, não desunir. A palavra guardada é um tesouro. Pessoas que se amam verdadeiramente falam muito através do silêncio, da palavra guardada, da palavra pacificada.
            Aprendi com os exemplos de meus avós e com meus pais essas lições sobre a paciência, a caridade, o respeito - ao outro e a mim mesma. Exercitando-as sinto que me torno um ser melhor e mais pleno.
            Neste momento tão carregado de significações gostaria de deixar como presente para meus irmãos, sobrinhos, parentes e amigos uma bela recomendação contida em Eclesiástico (3, 9-10) e que desde pequena se tornou sagrada para mim: “Honra teus pais por ações, por palavras e com toda paciência, para que venham sobre ti as suas bençãos, e estas bençãos permaneçam contigo até o fim”.
            Que Deus abençoe os Nossos Pais, os nossos familiares e os nossos amigos que – sob o terno olhar de Sant’Ana - vieram  testemunhar e celebrar o poder do Amor.

CAICÓ/RN/BRASIL

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