Poema Vladimir Ilitch Lenin: A Revolução em verso
Por Joanne Mota
Acredito
que este livro, ao mesmo tempo em que se converte em um deleite para os
amantes da poesia, também se converterá em um reforço dos ideais de
justiça, de paz e solidariedade”. Foi como resumiu Adalberto Monteiro,
presidente da Fundação Maurício Grabois, ao falar da importância do
lançamento em português do livro Vladimir Ilitch Lenin, poema de
Vladimir Maiakovski, que ocorreu nesta quarta-feira (5), no Espaço
Revista Cult, em São Paulo.
Segundo
ele, a obra de Maiakovski é lida e traduzida no mundo inteiro, e a
Grabois - junto com a editora Anita Garibaldi, e com a dedicação de Zoia
Prestes, que traduziu o poema, e Mazé Leite, que o ilustrou - tem a
felicidade de oferecer esta bela peça para a literatura brasileira.
“Conhecido
como o Poeta da Revolução, Maiakovski é tido por muitos como um dos
maiores poetas da língua russa, e também é conhecido como um dos
fundadores da poesia moderna. Estamos felizes em poder contribuir
trazendo para os brasileiros este belo poema”, explicou.
Adalberto
também frisou que “oferecer uma obra de Maiakovski por si já é uma
grande contribuição. Mas, este livro possui uma singularidade, é um
livro-poema que o autor escreveu, em 1924, por ocasião da morte de
Lênin, e embora tenha sido escrito sob o impacto da morte de Lênin, não é
um poema triste, é um canto de louvor a Revolução Russa de 1917 e as
realizações dos trabalhadores e do povo soviético”.
Em
entrevista, Zoia Prestes externou a importância da tradução da obra do
russo para o português. Segundo ela, “traduzir Maiakovski foi um desafio
enorme, nunca traduzi poesia, ainda mais de um autor que admiro tanto. E
essa tradução traz para a literatura brasileira, além do seu valor
cultural e artístico, um poema que retrata um personagem histórico, um
líder de uma Revolução, que pôs no debate questões que ainda hoje estão
na ordem do dia. Ou seja, este poema também contribuirá para o
entendimento da história e dos desafios que ainda temos que superar”.
Jeosafá
Fernandes Gonçalves, doutor em Literatura, parabenizou a iniciativa da
Fundação Maurício Grabois e da Editora Anita Garibaldi. “Acredito que a
língua portuguesa ganha, se enriquece, e os leitores e leitoras amantes
da literatura, da poesia, passarão a ter acesso a essa bela obra, que
até então só possuía alguns trechos traduzidos”, salientou.
Segundo
ele, mesmo com quase 100 anos, a obra de Maiakovski é atual e nos
convida a refletir sobre as questões do nosso cotidiano “Em seus versos
ele sempre dialogou com o futuro, sempre conversou com as gerações
futuras. Percebemos em sua obra uma convicção de que ela resistiria ao
tempo, iria vencer o desafio do tempo”, explicou Jeosafá Fernandes, que
também é escritor.
Ainda
durante a sua fala, Jeosafá afirmou que o livro deve ser divulgado em
todo país, deve compor as bibliotecas das escolas. “Os jovens precisam
ter contato com esta literatura, que se, por um lado, tem uma riqueza
poética, por outro, contribuirá para o entendimento de questões que
atravessaram a história”, finalizou.
Homenagem aos artistas russos
Inspirada
na vanguarda russa, a artista plástica Mazé Leite afirmou que ilustrar o
livro, além de ser uma honra, também foi uma grande
responsabilidade. “Entendo o trabalho do ilustrador também como um tipo
de tradução. E para retratar a essência do poema tive que lê-lo diversas
vezes e beber em outras fontes da vanguarda russa. E sabendo que
Maiakovski, além de poeta, também foi designer gráfico, pintor,
dramaturgo e ator, ficou claro o desafio que estava em minhas mãos.
Então o meu trabalho acaba sendo também uma homenagem aos artistas
russos que influenciaram as artes em diversas partes do mundo”.
Segundo
ela, o poema traz, fundamentalmente, esperança, especialmente em um
momento de crise. “Falamos de um poema que fala sobre a vida.
Além
disso, observamos a ampliação do interesse pelas ideias marxistas,
desse modo, acho que esse livro acontece em um momento bom, para que as
pessoas, lendo o poema, saibam que a história é muito maior do que se
possa imaginar e que o sonho não acabou”.
Dimensão Política
Adalberto
Monteiro explica que, além de seu caráter lírico, o poema de Maiakovski
é uma defesa do socialismo, que retrata a confiança no poder de
realização dos trabalhadores. “Ele foi um grande crítico do capitalismo,
e o mundo hoje é sacudido por uma grande crise desse sistema. Isso
retrata que o poeta teve a absoluta razão em dedicar suas energias à
luta contra esse sistema. E aqueles que aspiram a construção de um mundo
novo vão encontrar nessa obra, certamente, uma fonte cristalina para se
revigorar das jornadas que precisam ser travadas”.
Zoia
Prestes concorda e ressalta que a dimensão política da obra contribuirá
para fomentar o debate em torno das questões atuais.
“Penso
que hoje, no início do século XXI, falar de revolução, bem como falar
de Lênin e de socialismo, é muito importante para essas gerações que
estão aí. E o livro se converte não só em uma grande contribuição para o
debate, mas também em um reforço para o desenvolvimento dessa nova
geração. Acredito que a cultura possibilita ampliar horizontes e a
iniciativa da Fundação Maurício Grabois e da Editora Anita Garibaldi, em
traduzir esta obra, se converte em uma ação muito importante para a
ampliação destes horizontes”, reforçou a tradutora.
Um Lênin humanizado
Com
emoção, o lançamento do livro foi encerrado com a declamação de alguns
trechos da obra pela atriz Ana Petta. “Declamar esses trechos é um
enorme prazer. É um texto muito bonito, que humaniza a figura de Lênin.
Ao ler o poema você percebe ver retratado um Lênin simples afetuoso,
muito humano”, externou Ana Petta.
Segundo
ela, essa tradução é um presente aos comunistas. “Trazer esse texto
para o Brasil fortalece a literatura comunista e os que defendem essa
literatura. Isso só contribui para agregar às pessoas ideias que podem
ajudar a construir um futuro melhor. Além disso, Maiakovski é um poeta
comunista e precisa ser valorizado e lembrando sempre”.
Fotos: Fabi Datovo
Publicado pela Fundação Mauricio Grabois em 8/9/2012
Oi, Vivi,
ResponderExcluirQuanta saudade...por aqui sempre grandes novidades!
Abração
Araceli