sábado, 5 de janeiro de 2013

A Terceira margem do rio

“A educação, direitos de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. (Constituição Federal – 1988 - Título VIII, Capítulo. III, Seção I, Art. 205) (*) Rinaldo Barros Pode-se afirmar que, nas três últimas décadas, foram promovidos esforços de políticas públicas visando melhorar os níveis de educação da população brasileira. Um aspecto importante foi o aumento da taxa de matrícula. Em 2006, mais de 97% da população de 7 a 14 anos estavam matriculadas. Foi um avanço diante das taxas do final da década de 1980, quando o índice de atendimento era de 86%. Entretanto, há de se ressaltar que o Brasil ao longo da história não conduziu sua expansão do ensino básico em prol da qualidade de aprendizado. No país, ainda, se convive com altos índices de evasão e abandono, além de falta elementar de qualidade na educação básica. O Ensino Superior também sofre as conseqüências de uma educação de base sem a qualidade adequada. Quase 80% das matrículas no ensino superior são feitas em instituições sem qualidade (uma parte delas tem sim qualidade, mas o que deveria ser a regra é a exceção) e a custos individuais bastante onerosos. Por outro lado, as Universidades Federais abrigam os mais proficientes, oriundos, em sua maioria, de cursos de ensino médio oferecido pelas escolas das redes privadas e cursos preparatórios para os vestibulares. O resultado é patente, os mais ricos estão na universidade federal e os mais pobres pagam por seus estudos em instituições de ensino superior sem qualidade, em sua maioria. Isso sem contar com os milhões de estudantes que sequer têm a oportunidade de finalizar o ensino fundamental e o médio. Para superar o quadro de debilidade da aprendizagem e, mesmo, concretizar a universalização da educação básica é necessário aumentar os recursos de investimento geral e per capita e melhor direcioná-los, com planos e metas claras de avanços reais, buscando eqüidade. Deve-se priorizar de forma radical o ensino básico. Isso quer dizer aumentar os investimentos na qualificação dos professores da educação básica, oferecendo a eles uma melhor formação inicial e continuada. É importante garantir mais escolarização às crianças e aos jovens, com mais aprendizado efetivo. Mais anos médios de escolarização, com menor distorção idade-série, efetivando o desenvolvimento de mais habilidades de Leitura e de Matemática são processos vitais ao crescimento econômico e ao aprimoramento da Educação no Brasil. Mas não é só. Faz-se importante ampliar o horário escolar no Brasil, oferecendo aos alunos de escola pública esportes, artes e reforço pedagógico de disciplinas. A qualificação da educação de base é preocupação constante de países que alcançaram um desenvolvimento estruturado e efetivo. Seja por meio de reformas da educação, seja por meio de ações efetivas de melhoria dos recursos humanos ou pela implementação de leis para o setor educacional, o fato é que alguns países deram saltos de qualidade no ensino. E essa empreitada influenciou diretamente no desenvolvimento sustentável dessas nações. Para tanto, um fenômeno social e político é comum a todos: a educação de base foi priorizada não somente pelo Estado, mas pela sociedade desses países. Apesar de todas as dificuldades e contradições; estou convicto de que estamos no caminho certo. É importante registrar que a nossa UFRN, recentemente, recebeu a melhor avaliação dentre as Instituições de Ensino Superior das regiões Norte e Nordeste pelo índice Geral de Cursos (IGC); posto que antes era ocupado pela Universidade Federal de Pernambuco. Por dever de Justiça, registre-se também, que foi sancionada, no final de 2012, pela governadora Rosalba Ciarlini, a Lei da Inovação, o que torna o Rio Grande do Norte o 18º. Estado brasileiro a estabelecer um marco regulatório para investimentos em inovação tecnológica. Esta percepção, sem dúvida, é o olhar que simboliza a ruptura com a dualidade nacionalismo / globalização; e a descoberta de outra forma de perceber e assimilar a realidade sócio-econômica. Como diria Guimarães Rosa, é a “Terceira margem do rio”. (*) Rinaldo Barros é professor – rb@opiniaopolítica.com -- O SITE AGORA OFERECE CURSOS 24 HORAS, COM CERTIFICADO. ATUALIZE SEUS CONHECIMENTOS http://opiniaopolitica.com/

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