quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O QUE SERÁ DE NOSSAS CRIANÇAS?

Públio José – jornalista (publiojose@gmail.com) Uma das maiores preocupações dos pais atualmente é manter distância entre seus filhos e o alcoolismo. Distância que, lamentavelmente, fica mais curta a cada dia que passa. Embora seja um fenômeno ao qual as autoridades têm dado pouca atenção atualmente, o vício do consumo do álcool no âmbito infantil se constitui uma ameaça futura de alto poder de destruição. Afinal, a criança, o adolescente, o jovem de hoje será o profissional de amanhã, o futuro dirigente de empresas, o político a comandar os destinos de cidades, estados e do próprio país. E assumir tamanhas responsabilidades sendo íntimo do consumo do álcool é algo realmente preocupante. O interessante é que todo mundo sabe disso, mas as providências para que este público seja mais protegido, mais fortalecido, mais resguardado do consumo prematuro do álcool passam muito longe de uma base mais efetiva, mais objetiva. Por outro lado, as estatísticas no tocante ao problema se apresentam, a cada dia, mais carregadas de negras projeções. A cada ano mais diminuem os espaços que separam as crianças do acesso ao álcool. Recentemente, uma reportagem de uma emissora de televisão constatou que o consumo costumeiro, rotineiro, diário de bebida alcoólica já chega, naturalmente, à faixa dos nove anos de idade. Você entendeu bem? Vou repetir: o alcoolismo já atinge crianças de nove anos de idade! E o que é pior: esse fenômeno só se alastra a cada ano, descendo cada vez mais na faixa de idade. Há até pouco tempo atrás, o vício do consumo do álcool era comum em jovens de 16 anos para cima; depois o vício passou a atingir os de 14 anos; depois os de 12. Agora, a conclusão dos estudos é que crianças com nove anos já se “deliciam” com os prazeres advindos do consumo rotineiro de bebidas alcoólicas. Este fenômeno, extremamente negativo, passa por dois agentes como principais responsáveis pela sua propagação. O primeiro, indiscutivelmente, é a mídia. Com competência largamente demonstrada na glamorização dos mais variados assuntos, os veículos de comunicação têm contribuído, em muito, para a difusão do hábito de beber na população infantil. Durante a cobertura de campeonatos mundo a fora, as tv’s só têm exibido pessoas, nos mais diferentes países, comemorando as vitórias dos seus times com vistosos copos de cerveja na mão. As crianças estão vendo isso? Claro que sim. E a conclusão a que chegam? Também nos intervalos comerciais as tv’s mostram produções publicitárias sofisticadíssimas nas quais o charme, o enleio, a alegria, o prazer só são alcançados com um copo de bebida alcoólica bem à vista. Como as transmissões ocorrem em horário aberto aos olhos infantis... Outro agente impulsionador do desejo infantil de atingir o mais cedo possível o tal “mundo de prazer” dos adultos – e de preferência com um copo na mão – é a família. Recentemente, uma adolescente alcoólatra declarou que se iniciou no álcool passando o dedinho nos copos de cerveja dos pais. Como fazíamos, quando crianças, (lembram?) ao passar o dedo na panela do bolo. A diferença é que era bolo o que comíamos. Já nos dias atuais... Outro, vejam só, começou sua vida de alcoólatra tomando cachaça na tampinha da garrafa do papai. Muitos pais não sabem da enorme influência que têm sobre os filhos como guias, amigos – educadores, enfim. E que sai muito caro praticar uma postura de desconhecimento, de omissão em relação ao exemplo que devem dar. Assim, pelo que se vê, só falta agora o bebê já nascer pedindo uma. “Por favor, um 12 anos on the rocks”. E a tv mostrando. Já pensou?

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