sábado, 9 de fevereiro de 2013

O CONHECIMENTO COMO ETERNA FONTE DE PRAZER

Por Flávio Rezende*

         Pode parecer estranho, mas, é sabido, que o nosso planeta já viveu momentos em que não existiam os livros, a escrita, os computadores e, aonde todo o conhecimento que ia sendo assimilado através de observações, constatações e ligações neuronais, era transmitidos aos demais seres, pela oralidade.
         Com o tempo, a expansão desse conhecimento foi chegando a todos os campos do saber e, incorporando ao cotidiano da humanidade, tecnologias que permitiram a guarda, a disseminação mais célere e o compartilhamento a nível mundial de todos os tipos de conhecimento produzidos por todos nós.
         Apesar deste constante crescimento, uma única coisa permanece imutável diante de todo este processo: o prazer de compartilhar o conhecimento adquirido, de um ser, para outros, seja através da publicação de livros, pregações, palestras, conferências, discursos ou, simplesmente, no convívio familiar e até na mesa dos bares e casas de diversão.
         Quando me refiro a prazer, não estou incluindo – até para não contaminar o que é puro e belo, o prazer advindo do ego de saber mais que os demais. O prazer de possuir algo superior, o prazer de se sentir mais diante dos menos. O prazer do presente escrito é o prazer em si de compartilhar, de dividir, de repassar, como um passe que redunda em gol, como a informação que resulta em obtenção de sabedoria, como matéria prima que culmina em invenções ou, simplesmente, a sabedoria gostosa, bem encaminhada pelo dom da oralidade, por falas e gestos, do casamento perfeito entre o que a mente projeta e o corpo executa.
         Talvez seja por isso que, apesar de mal remunerados em várias partes do planeta, os professores não conseguem largar a cátedra, pois trabalham experimentando o gozo divino de compartilhar conhecimento, com a experiência até mística, diria, de eternizar o conjunto de pérolas e de diamantes que conseguimos burilar e dar forma ao longo de nossa existência por este plano material.
         Quando estou conversando com pessoas, ou falando em um palco, dando entrevista, produzindo meus escritos, livros, ocupando algum espaço onde o que esteja proferindo possa chegar a alguém, estou na verdade curtindo um êxtase pessoal, sentindo um prazer, pois herdeiro que sou de todo um patrimônio no campo da sabedoria humana, a minha disposição através de livros, textos, arquivos, conversas pessoais e diversas outras formas, busco nas partes que aprendi nas entrelinhas que apreendi repassar através dos dons que recebi o que julgo ser bom, correto, ético e proveitoso.
         Não concebo o prazer de compartilhar conhecimento, se não for para que possa acrescentar a vida de alguém, alguma coisa que a torne melhor, pois é isto que busco em todas as minhas leituras, em todas as coisas em que o conhecimento esteja presente, afinal, se somos produtos de algumas coisas, que sejamos das coisas que nos tornam mais felizes e humanos.  
        
·        É escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)


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