segunda-feira, 23 de setembro de 2013

ILUSTRES APODIENSES



Valdemiro Pedro Viana nasceu no Sítio Santa Rosa, município de Apodi-RN, no dia 17 de maio de 1925, filho do agricultor Manoel Pedro Joaquim Viana e Francisca Antônia de Oliveira. Aos sete anos de idade começou a trabalhar na agricultura e também iniciou seus estudos com a professora Analice Barbosa no Sítio Anselmo, onde perfazia a pé um percurso de 8 km de ida e volta da sua casa até a escola. Valdemiro trabalhou em olarias no fabrico de tijolos e telhas, foi pescador, pecuarista, pedreiro, barbeiro, comerciante, carpinteiro, político, empresário, repentista e tocador de viola. Após concluir o ensino primário, parou os estudos e se dedicou ao trabalho da agricultura, chegando a ser o maior produtor de arroz do município de Apodi.
Aos 25 anos, passou a construir uma casa e começou a pensar em constituir uma família. Em 19 de Abril de 1952, casou-se com Maria Fernandes de Sousa (Dona Mozinha) e deste matrimônio nasceram dez filhos: Neta (in memorian), Rita, Gilvan, Socorro, Dilma, Vilma, Vilmací, Antônio, Júnior e Vanuza.

Fundou e dirigiu as seguintes instituições: Sindicato Rural de Apodi e Cooperativa Rural de Água Fria; foi vice-presidente da COOPERMIL, membro da Comissão da Missão Rural pertencente à Diocese de Mossoró, presidente do Centro Social Éneas Barbosa do Sítio Água Fria. Depois de exercer os cargos de presidente do Centro Social de Água Fria, de líder comunitário em Santa Rosa, além de participar de vários outros movimentos ligados a ação comunitária, Valdemiro finalmente chega à política do seu município, elegendo-se vereador no ano de 1962.

Um fato marcante na vida pública de Valdemiro foi a oportunidade que teve quando assumiu durante 40 dias a Prefeitura de Apodi no período de 18 de fevereiro a 30 de março de 1963, por motivo do afastamento do prefeito João Pinto. Foi através deste trabalho que Valdemiro ficou conhecido como um grande administrador, sincero, honesto e cumpridor dos seus deveres.

Como vereador mais votado em 1962, logo conseguiu ser eleito o Presidente da Câmara Municipal dos Vereadores de Apodi, onde após desenvolver ótimo trabalho, foi conclamado a ser o próximo candidato a prefeito nas eleições de 1968, tendo sido vitorioso ao lado do vice Júlio Marinho. Ao terminar o primeiro mandato, Valdemiro foi ser empresário ceramista e produtor de arroz. Em 1976, foi eleito pela segunda vez Prefeito de Apodi, tendo Hélio Marinho como vice. Nas duas vezes em que ocupou o cargo de prefeito de Apodi, Valdemiro conseguiu empreender uma administração plena de realizações. Com todos os benefícios prestados, Apodi deu um passo de gigante em busca da pujança que hoje representa para o Estado.

Dentre tantas obras que realizou, destacam-se: eletrificação da cidade de Apodi, dos Sítios: Melancias, Soledade e São Lourenço; implantação do sinal de TV Verdes Mares de Fortaleza; construção do Açude Melancias; do conjunto COHAB; implantação do sistema de telefonia TELERN; implantação do Banco do Nordeste; implantou o sistema de abastecimento de água da CAERN; construiu várias escolas rurais, nos seguintes sítios: Pitombeira, Traíras, Cápua, Santa Cruz, Poço Verde, Santa Rosa, Sororoca, Bamburral, Bela Vista, Pindoba, Rio Novo, Trapiá, Baixa Fechada, São Lourencinho, Góis, Soledade, Retiro, Ponta, Melancias, Lajes do Meio e também a Unidade Educacional Professora Lourdes Mota; construiu o Cemitério Público do Sítio Soledade; construiu a estrutura do Hospital Regional Hélio Morais Marinho, postos de saúde nos sítios: Soledade, Melancias, Córrego, Santa Rosa e Sitio do Góis. Implantou o MOBRAL, Casulo e o ensino de 2° grau no município de Apodi.

Durante dez anos prefeito, várias outras obras foram realizadas, obras essas que colaboraram para o desenvolvimento do município de Apodi.

Valdemiro faleceu no dia 02 de junho de 2001 no Hospital do Coração em Natal-RN, vitima de falência múltipla dos órgãos.





"Mozinha de Santa Rosa infância cheia de luz
Foi primavera nos campos de algodão.
Nas alamedas do amor colheu preciosos frutos
hoje, outonal pinta telas em nossos corações".


Maria Fernandes de Sousa (Mozinha Viana), nasceu nos campos floridos de algodão das várzeas do Sítio Santa Rosa, municipio de Apodi no dia 25 de dezembro de 1932. Filha dos agricultores Francisco Manuel de Sousa e Sebastiana Gurgel Fernandes.Passou toda sua infância brincando com bonecas de pano, dançando pastoril, correndo nos campos de algodão da sua aldeia e estudando com as professoras Vicência Morais e Adalzira Barbosa.
Aos quinze anos, na primavera da vida, conheceu seu grande amor, Valdemiro Pedro Viana com quem casou em 19 de abril de 1952. dessa próspera união nasceram seus dez filhos: Neta Viana (in memorian) Rita, Gilvan, Socorro, Dilma, Vilma,Vilmaci, Antônio, Valdemiro Filho(Junior) e Vanuza.
Após concluir o curso magistério- pedagógico em 1970 foi contratada pelo governo do Estado do Rio Grande do Norte para ser professora primária na Escola Estadual Ferreira Pinto na cidade de Apodi.
Passou a maior parte de sua vida ensinando através da pedagogia do amor, cuidando dos seus filhos, assessorando o marido na política e administrando seu lar.
Mozinha, mãe, educadora, costureira , bordadeira e artista plástica está atualmente aposentada e adora estar com sua família, cantar com seus filhos músicos e poetas, ler cordeis e contar histórias para seus netos e bisnetos.Ama sua terra Apodi e cuida como uma boa matriarca da familia Viana.
MARIA VILMACÍ VIANA DOS SANTOS 


BIOGRAFIA


Escritora, memorialista, guardiã da história das mulheres apodienses, Vilmaci Viana(vivi), descendente dos indios tapuia paiacus , nasceu numa madrugada fria de 17 de maio de 1962 respirando o perfume que exalava das flores do jasmim de São José, da Casa Grande do Sitio Santa Rosa – Apodi-RN.Filha do ceramista, Ex-Prefeito Valdemiro Pedro Viana (in memoriam) e da Artista Plástica Maria Fernandes de Sousa (Mozinha). Iniciou sua vida escolar em 1968 na Escola Estadual Ferreira Pinto, onde concluiu em 1972 o curso Primário. Na Escola Estadual Professor Antônio Dantas concluiu em 1977 o Curso Ginasial. Estudou no Colégio Dom Bosco de Mossoró em 1979 e concluiu o ensino médio em 1980 na cidade de Natal, no Hipócrates Colégio e Curso. Em 1982 iniciou sua vida profissional exercendo a função de teletipista na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte. Em 1985 graduou-se em Educação Artística, Habilitação em Artes Cênicas na UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte-Natal/Rn. Nos anos letivos de 1985 e 1986 exerceu a função de Professora de Educação Artística nas Escolas da Rede Oficial de Ensino do RN: Anísio Teixeira e Atheneu Norte-Rio-Grandense. Em 1988-Pós-graduou-se em Educação Especial na FAFI-BH- Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Belo Horizonte-MG. Em 22 de setembro de 1988, casou-se em Porto Velho- Rondônia, com o empresário ceramista e engenheiro civil José Genival Santos com quem tem uma filha Anabele Viana Santos- Geóloga. No Estado de Rondônia, onde permaneceu no período de Dezembro de 1989 a Dezembro de 1998, Exerceu várias funções: Arte-educadora da Divisão de Ensino Especial da Secretaria de Educação do Estado, onde prestou serviços as escolas e instituições filantrópicas especializadas no atendimento ao aluno especial. Assessora da presidência do IPERON –Instituto de Previdência do Estado de Rondônia. Secretária de Cultura do Estado de Rondônia no período de 1997 a 1998. Em sua terra Apodi, escreveu dois livros: TRAJETÓRIAS POLÍTICAS ISAURO E VALDEMIRO (julho de 1997)-COLEÇÃO MOSSOROENSE. PAISAGENS FEMININAS DE APODI (maio de 2006)-COLEÇÃO MOSSOROENSE. Produtora do MEMORIAL VALDEMIRO PEDRO VIANA e da EXPOSIÇÃO DE PINTURA EM TELA –AQUARELAS DA MOZINHA. Pertence às seguintes instituições: Academia Apodiense de Letras - AAPOL, União Brasileira de Escritores – UBE/RN, Associação das Jornalistas e Escritoras do Brasil - AJEB/N, Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN - SPVA/RN, Movimento Poetas del Mundo. Atualmente trabalha na área cultural onde busca promover, resgatar e difundir a cultura potiguar através do blog: www.vivicultura.blogspot.com.

“O aroma das sementes de alfazema queimando no braseiro de ágata subiu na fumaça, invadiu a casa e anunciou o meu nascimento”.

Os primeiros anos da infância, de 1962 a 1969, passei na minha aldeia Tapuia Paiacu, na casa grande do sítio Santa Rosa, município de Apodi. Em um ambiente bucólico, convivi intensamente com a natureza, despertando com o canto dos pássaros ao alvorecer, tomando leite quentinho do peito da vaca, sentindo o cheiro das flores, do mato, da terra, tomando banho de chuva, dando cangapé na lagoa, açudes, córregos e rios.  Sob os cuidados dos meus pais, Valdemiro e Mozinha e dos irmãos que me antecederam: Neta, Rita, Gilvan, Socorro, Dilma e Vilma, aprendi a brincar de roda, soltar pipa, fazer bonecas de pano e brinquedos de lata de óleo, caixa de fósforo, catembas de côco e osso de boi. Depois aprendi também a cuidar da casa e dos meus irmãos mais novos: Antônio, Junior e Vanuza. Aprendi a rezar com minha mãe que toda noite reunia os dez filhos ao redor da sua cama e depois ia contar estrelas no céu sem nuvens do Vale do Apodi.
Cresci capturando vagalumes e cigarras, correndo, de pés descalços pelos serrotes, colhendo manga, banana, laranja e cajarana, comendo beijú na casa de farinha e queijo no sótão da casa dos meus avós maternos, Chico Tomaz e Sebastiana. Vivia tangendo cabras e bodes, pastorando o plantio de arroz com um espantalho e invadindo a olaria artesanal do meu avô paterno Pedro Quim, para fazer, com minhas frágeis mãos, a louça usada nos cozinhados das bonecas de pano com as quais brincávamos.
O tempo passava e o alpendre da minha avó paterna, Chiquinha, era uma espécie de refúgio de todos nós. Dali pulávamos o parapeito para subir no pé de cajarana, tão antigo, cuja idade nunca soube, e, para amenizar o calor, o banho era na cacimba no leito do rio seco. No fim da tarde, Vilma e eu abandonávamos nosso trabalho, na palhoça que nos guardava do sol, enquanto cuidávamos do plantio de arroz, para assistir o crepúsculo. Em silêncio, víamos a claridade mergulhar lentamente por trás das mangueiras, coqueiros, laranjeiras, bananeiras, aquilo que, ainda hoje, chamamos pomar da nossa felicidade. No caminho de volta para casa, na hora da ceia, nossos passos, eram dados na cadência do canto dos pássaros que se despediam do dia.
Aos sete anos, em janeiro de 1969, deixamos o Sítio Santa Rosa porque meu saudoso pai, Valdemiro Pedro Viana (in memoriam) fora eleito Prefeito, obrigando a mudança. Fomos então morar numa casa, por ele construída, que estava sempre cheia de correligionários, políticos, familiares e amigos. Ali em frente, minha mãe plantou um pé de castanhola para saudar os novos tempos.
Assim passei minha infância, dividida entre o Sítio Santa Rosa, rasgando meus pés no lajedo de soledade, onde aos domingos íamos brincar de se esconder naquelas pedras e nas ruas da cidade, onde pulava corda, brincava de esconde esconde, bandeirinha e de muitas brincadeiras de roda.
Nos anos oitenta, minha juventude estava contaminada pelos “Embalos de Sábado à Noite”, de John Travolta e os políticos articulavam o retorno da democracia ao país. Naquele tempo vivíamos praticando esportes e dançando nas discotecas, quando fui escolhida o mais belo rosto de Apodi. Em 1982 fui aprovada no vestibular da UFRN e passei a residir em Natal. A faculdade me proporcionou momentos maravilhosos. Muitos congressos, viagens e estágios no projeto Rondon, quando conheci o vale do São Francisco e desfrutei da cultura da localidade de Carrapicho/SE e Penedo/AL. No grande anseio de sempre conhecer mais, fui para Belo Horizonte/MG, em 1987. Na capital mineira estudei na FAFI-BH, concluindo a pós-graduação em Educação Especial. Paralelamente me dediquei a estudar Teatro, na UFMG, onde passei a conviver e beber da fonte da sabedoria dos intelectuais das artes de Minas Gerais.
Em Dezembro de 1988, fui morar em Porto Velho, Rondônia, já casada com o engenheiro civil, construtor e atual empresário ceramista, José Genival dos Santos. Durante 10 anos morei naquela região da Amazônia onde desenvolvi atividades em diversas instituições educacionais e culturais daquele Estado. Neste período viajei muito pelo interior do estado, onde conheci a cultura do homem da floresta, do indígena e do seringueiro. Fui também à Bolívia, onde me deliciei com a típica “parrillada”, acompanhada de uma cerveja “pacenha”. Foram tempos inesquecíveis e de ricas experiências nas terras do Marechal Rondon.
No entanto, a maior conquista em Rondônia, foi o nascimento de Anabele, minha filha. Um dia inesquecível, aquele 19 de Abril de 1989, sob o clima úmido e quente da floresta tropical. Apesar de distantes, aqueles momentos estão presos à minha memória: a floresta encantadora com seus ipês coloridos, os banhos nos rios, os igarapés misteriosos, a diversificação de peixes e os crepúsculos encantadores no rio Madeira. Confesso que tenho saudades desse ambiente, completamente diferente do sertão nordestino, onde nasci e me criei. Uma época de aprendizado e realizações marcantes, onde destaco a participação como integrante da equipe de elaboração do projeto para construção do Teatro do Estado.
As recordações da terra natal e o cheiro do mar são irrefreáveis e no verão de 1998, eu e minha família retornamos à terra potiguar. Natal recebeu de braços abertos e com muito amor a aldeã dos pés rachados da chapada do Apodi. Fiquei então dividida entre Natal e Apodi, onde fui administrar junto com meu esposo a cerâmica Santa Rosa de propriedade do meu pai. Em Apodi, paralelamente, colaborei como assessora da primeira dama Dra. Lourdes Bezerra.
Em Natal, acompanhei todo o desenvolvimento intelectual de minha filha Anabele, graduada em Geologia pela UFRN e passei a integrar os movimentos culturais da cidade, participando de saraus literários, lançamentos de livros, encontros, exposições, seminários, cursos, festivais, tendo colaborado, como voluntária, nos eventos promovidos pelo Memorial da Mulher, da Academia Feminina de Letras do Rio Grande do Norte e da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do Rio Grande do Norte – SPVA/RN.
Meus maiores prazeres são a convivência com minha família e bons amigos, ser solidária, ler, ouvir música, tomar um bom vinho e apreciar o pôr do sol e o luar. Atualmente, sinto um prazer especial em viajar pelo mundo, desvendando os mistérios de novas culturas. Dentre tantas viagens que fiz, me encantei com a Ilha de Fernando de Noronha, Ilha da Madeira, Lisboa, Madri, Paris, Londres, Irlanda, Buenos Aires, Bariloche, Lima, Santiago, Bogotá, Cartagena e suas ilhas do Caribe , a beleza do mar de Cuba, a musicalidade e a alegria de sua gente.
Neste momento, quero dividir a minha história e festejar a vida. E, como Pablo Neruda dizer: “vivi por viver, vivi”.







Um comentário:

  1. Gostei Vivi. No lançamento, desejo comparecer. Abraço com carinho. Jania Souza

    ResponderExcluir

Teremos o maior prazer em receber seu comentário.