segunda-feira, 17 de março de 2014

A GRANDE NOITE DE AUTÓGRAFOS DA ESCRITORA DIULINDA GARCIA


                                                                   DIULINDA GARCIA
                                                         EM NOITE DE AUTÓGRAFOS
                                                          NO BUFFET RENATA MOTA

 No dia 12 de março, tivemos a honra de participar da noite de autógrafos da poetisa e escritora Diulinda Garcia que nos apresentou  um livro recheado de saudades, onde a mesma descreve seus momentos muito bem vividos  na sua linda trajetória de vida. No livro em forma de poesia, Diulinda diz:  "neste 12 de março,fecha-se mais um ciclo". A minha noite de autógrafos,denominado RASCUNHO.Uma bela noite de encontros e reencontros com poetas,escritores,intelectuais,amigos e familiares.Naquele momento,frente a frente com o leitor,o meu pensamento  viajante passou por várias estações:a da gratidão em primeiro lugar,onde  permaneci reverente a tudo e a todos que me fizeram chegar à estação da alegria,de onde segui em direção à saudade,onde visitei ausentes inesquecíveis e por último,à estação da despedida,de certa forma  eu e o livro ali nos despedíamos.

 Uma bela noite! Os que ali chegavam,tinham o brilho das constelações a cintilarem silentes,naquele  céu  bordado de poesia que eu ousava chamar de meu. Ousava também contar a todos as  minhas mais íntimas histórias,algumas delas em prosa,outras tantas em versos,através do livro RASCUNHO,posto diante do leitor  que recebia o passaporte para  mergulhar nos abismos do universo autoral contido  em cada página escrita.

Momentos de interação,alegria,descontração e uma emoção contida,entre o autor e cada um dos presentes,perceptível aos de olhos mais  atentos e de sensibilidade mais aguçada.Indizível porém,era o que se passava entre o autor e o livro,cúmplices inseparáveis por alguns meses,agora separados,"cada qual com os seus mistérios"rumo a novos caminhos".

DiulindaGarcia                                                                                                                                        


       

                        Livro afirma vigor da poesia de Diulinda


Nelson Patriota 

Escritor


A poesia de Diulinda Garcia vem ocupando, desde algum tempo, um lugar próprio e conquistado no concorrido nicho da poesia feminina potiguar. Com a publicação de “Rascunho” (Nau da Palavra, 2014), seu quarto título de poesia, sucedendo a “Caminho do invisível” (2006), “Abstração” (2008) e “Lucidez de navalha” (2010), ela dá um passo decisivo para se juntar aos nomes mais lembrados dessa linhagem poético-aristocrática que responde pelos nomes de Diva Cunha, Marize Castro, Risolete Fernandes, Carmen Vasconcelos, Iracema Macedo, entre outras.

Lançado às vésperas das celebrações cada vez mais animadas do Dia Nacional da Poesia, transcorrido no dia 14 último, “Rascunho” promove um novo paradigma na poesia de Diulinda, na medida em que estabelece um encontro de sua poesia minimalista, abstracionista, confessional e lírica, com as possibilidades oferecidas pelo poema em prosa, através do qual perpassam excertos de crônicas, reflexões e memórias que exijam uma narrativa menos dependente da métrica do verso.

É o que o leitor encontrará na primeira parte do livro, nomeada simplesmente “Prosa”,em contraposição à segunda, “Verso” – com toda a gama de suposições que aí se abrigam. O primeiro desses textos, “Genuflexionando a vida”, é uma página biográfica que a autora inseriu em prosa coloquial relatando sua luta e seu êxito contra um mal do corpo.

O texto seguinte se reveste de tonalidades filosóficas a fim de garantir a leveza do seu tema: as mudanças que chegam com as voltas do tempo. Por exemplo: “ir além do horizonte previsível que permeou o que apenas podia ser”.

Uma inflexão de crônica de viagem recobre a escritura de “Voilà Paris”, enquanto, em “Natureza preguiçosa”, predominam imagens sugeridas por um dia de chuva no campo e as lições que a autora retira da observação do seu entorno. Os textos seguintes prosseguem nessa balada, captando aqui e ali motivos breves, embora nada negligenciáveis e que, súbito, ganham uma nova luz que os redime,como costuma acontecer na crônica.

Se há aí novidade em “Prosa”, com mais veemência poder-se-ia afirmar o mesmo de “Verso”, pequena coleta de poemas novos cuja novidade não se estriba tanto na forma concisa em que se espraiam livremente, no fundo branco da página, quanto na precisão de que se cerca a autora para resolver cada poema, salvo umas poucas exceções, resumindo-se a um único verso.

De fato, Diulinda remata cada poema como se fora o último, e com ele parece querer resumir toda sua arte poética. É o que se lê, por exemplo, em “Metamorfose”, que diz: “Tudo mudou: / a noite/ a manhã / você / eu / e a minha solidão”; ou em “Desabafo”: “tenho medo / que os meus demônios / possam suprimir / os anjos / que também habitam / em mim”.

Essa arte poética, que se reinventa na mesma medida em que se exaure, tem no breve “Risível” uma síntese das mais felizes da nossa poesia: “Quero ser / capaz / de viver / a comicidade / de minha / própria / humanidade”.

Devido a essa marca de origem ambivalente, “Rascunho” aponta para duas direções postas agora à disposição da autora: o aprofundamento de sua obra poética e a expansão da sua temática em prosa, a mostrar que não existem conflitos onde não se os veem... Simples assim. A leitura dos textos das orelhas, assinados por Joseh Garcia, e a apresentação (“Novos caminhos”), assinada por Eduardo Gosson, deixam clara a percepção de que a obra de Diulinda está madura para novos desafios.

Enfim, para uma semana que culminou com celebrações à poesia sob as suas mais variadas formas, o novo livro de poesia/prosa de Diulinda Garcia veio trazer uma contribuição durável ao caráter efêmero da festa.
                                                                                                        

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