Ciro José Tavares
Escritor e poeta
Ah! Benevolentes
olhos de Anita deitados sobre mim.
Tristonhos, negros, quietos, invadem-me para pacificar
meu espírito agitado de pássaro ferido de saudades.
Porque na minha vida chegaste muito tarde ou não chegaste,
guardo a sensação de jamais
te ter visto ou conhecido.
Em qual dessas distantes estrelas nascentes tu te escondes?
Tu, mulher sagrada, cuja plácida beleza afugenta sombras,
não imaginas a dor da ausência e de não poder ouvir teus acalantos.
Durmo e acordo, Anita, sob a resplandecente luz do teu
olhar.
É verdade que não estás na minha companhia. E essa claridade
diuturna espargindo consolação não virá de tuas mãos
abençoadas?
Deixa Anita irrevelada, embalar-te na última canção de sonhos
que me resta e que meu
coração seja
incendiado do amor que apenas tu podes receber.
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