segunda-feira, 4 de agosto de 2014

DE SOMBRAS


                                             Ciro José Tavares

De onde está vindo o silêncio desses passos
despertando minha quietude debruçada na poesia?
Ergo-me para encontrá-los e somem enigmáticos.
Quem anda tão doce sobre a terra e como o sol
passa veloz pelas vidraças das janelas, até  afugentando
pássaros que se recolhem sob estrela vespertina?
De onde chegam essas sombras parecidas
réstias de luas fugidias diante dos meus olhos?
Revela-te. Emerge do interior desse lusco-fusco,
e vem, anjo ou demônio  num corpo de mulher .
São os teus receios que me abandonam no vazio?
Confessa sombra inalcançável o medo do amor.
Evola-se na escuridão a esperança de saber
 quem realmente és, e porque me atormentas.
Fico no vazio, nas mãos apenas os meus livros.

Como sombras não regressam deixo –te minha  ausência no poema.

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