sexta-feira, 24 de abril de 2015

ILUSTRES APODIENSES




Francisco Xavier de Lima
 (primeiro Mamulengueiro de Apodi)

Toió, como é carinhosamente chamado, descendente dos índios tapuias paiacus e de escravos, nasceu no dia 15 de Abril de 1938 na rua Marechal Floriano Peixoto, na cidade de Apodi-RN, filho de Valeriano Ferreira do Nascimento e Francisca Maria da Conceição. Aos dois dias de nascido, foi adotado pelos  irmãos: Manuel Praxedes de Lima e Maria Catarina de Lima. Viveu toda sua infância  trabalhando na roça, plantando arroz, feijão, algodão e milho, no sítio Boa Vista, município de Apodi-RN. Aos 15 anos iniciou a profissão de  barbeiro, e por curiosidade depois de encontrar uma calunga no lixo, aprendeu a fazer bonecos, os quais viraram os personagens da sua história, nomeados de: Benedito, Quitéria, João Redondo, a Cobra, Maroca, a viúva Filó, Felipe e a Alma, formando o grupo de teatro OS CALUNGAS DE TOIÓ, que fazia a alegria da criançada aos domingos.
Somente aos 67 anos Toió se alfabetizou no projeto "Lendo e Aprendendo". Viveu toda sua vida na roça limpando terras com enxada e cortando árvores. O seu relógio era marcado pelos rinchos do jumento e o canto do galo. Quando a estrela Dalva aparecia as três da madrugada, Toió e seu pai, Manuel, selavam o jumento e seguiam para serra do Apodi para colher a  macambira e alimentar os animais. A noite, quando voltava do trabalho, sentava na latada de sua casa e ficava ouvindo  seus familiares que contavam histórias dos seus antepassados. Dentre tantas, aprendeu o nome do sino grande da Igreja Católica do Apodi, que fora batizado de Emanuel, e o sino menor, que era chamado de Benedito.
Aprendeu também as brincadeiras de congo, pastoril e papangú. 
Toió é um ser múltiplo. Exerceu a função de agricultor, pedreiro, barbeiro, mamulengueiro, pescador e caçador.
Aos 25 anos de idade mudou-se do sítio Boa Vista para a cidade de Apodi, onde iniciou uma nova vida e conheceu sua amada mulher, Dona Francisca Santana de Moura e Lima, com quem casou-se em 19 de março de 1959 e formou uma prole de nove filhos: Neuza, Pedro, Lourival, Zé Maria, Eider, Conceição, Antônia, Auzenir e Jesiedina, vinte e três netos, catorze bisnetos e um tataraneto. 
Atualmente, Toió é aposentado e  está resgatando o teatro de mamulengos para a Escola Estadual Ferreira Pinto. A Diretora Dilma Viana  prestará homenagem a esta personalidade da cultura apodiense, denominando o grupo de teatro de fantoches da referida escola de "Mamulengos do Toió".
Seu maior prazer é conviver com sua família, frequentar a Igreja Evangélica do Novo Tempo e ir a feira apodiense aos sábados acompanhado de sua esposa Francisca.



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