(*) Rinaldo Barros
Na
conversa de hoje, fugindo um pouco da nossa monótona realidade cotidiana (de
crises e corrupção), vou levar ao leitor uma reflexão sobre a evolução
histórica da vida em nosso planeta.
Vamos
começar bem do comecinho.
Como vocês se lembram, após cerca de oito bilhões de anos do
inacreditável Big-Bang, um planeta sem nada de especial chamado Terra (onde
mais de 70 por cento da superfície é coberta pela água...deveria se chamar
“Planeta Água”) foi formado. Em nosso lindo planeta Azul, - alimentados pela
energia do Sol, os elementos naturais, os átomos, formaram moléculas cada vez
mais complexas. “Nada se perde, tudo se transforma”...lembram?
Dois
bilhões de anos depois, a vida começou por aqui. Em linguagem mais técnica,
padrões de matéria e energia que podiam se perpetuar e sobreviver, se
perpetuaram e sobreviveram.
Com lento
passar do tempo, os padrões tornaram-se mais complexos do que meras cadeias de
moléculas, e surgiram as sociedades de moléculas com funções distintas.
Mais ou menos 3 bilhões de anos depois, os primeiros
organismos vivos terrestres (cogito que deve haver, sim, vida em outros
planetas) emergiram: os procariotas (unicelulares e anaeróbicos), os quais não
precisavam de oxigênio para viver.
Água e Carbono está na origem da vida. E tem Água e Carbono
em todo o Universo...
As primeiras
inovações fizeram surgir um sistema genético simples. A habilidade de nadar e a
fotossíntese montaram o cenário para os organismos mais avançados, consumidores
de oxigênio. Os agregados de moléculas, chamados células, se organizaram em
sociedades de células com a aparência das primeiras plantas e animais
multicelulares por volta de 700 milhões de anos atrás (baseados na coluna
vertebral), o que forneceu aos primeiros peixes um eficiente mecanismo de
natação.
O leitor já percebeu que a vida surgiu no mar, pois não?
Desde
então o ritmo acelerou. Enquanto a evolução levou bilhões de anos para fazer
surgir as primeiras células, em apenas alguns milhões de anos, surgiram os
primeiros animais.
Quando alguma calamidade (teria sido um choque com um
asteróide?), há 65 milhões de anos, acabou com os dinossauros, os mamíferos
herdaram a Terra (embora os insetos discordem disso).
Com a
emergência dos primatas, o progresso passou a ser medido em meras dezenas de
milhões de anos. Os humanóides surgiram há apenas 15 milhões de anos.
Com
cérebros maiores, nossa própria espécie, Homo Sapiens (ainda não existia a
“Mulher Sapiens”...Dilma descobriu agora)), emergiu há - mais ou menos - 500
mil anos. Para decepção de leitor, os Homo Sapiens não somos diferentes de
outros primatas, em termos de herança genética. O DNA deles é 98,6 por cento
idêntico ao nosso. Desconfio que alguns chimpanzés sejam até mais espertos do
que alguns de nós.
O Homo
Sapiens se distingue dos demais animais por ter capacidade de criar: tecnologia
e cultura.
Uma
curiosidade: existiram, pelos menos, duas subespécies do Homo Sapiens: 1) o
Homo Sapiens neandertalenses emergiu por volta de 100 mil anos atrás, na Europa
e no Oriente Médio, e depois desapareceu misteriosamente entre 35 e 40 mil anos
atrás; 2) outra subespécie do Homo Sapiens, a que vingou, é natural do
continente africano. Ou seja, somos todos afrodescendentes...
Não temos
certeza do que ocorreu com os nossos primos, mas tudo indica que eles entraram
em conflito mortal com os nossos próprios ancestrais imediatos, e se deram mal.
Nós, Homo Sapiens Sapiens, fomos capazes de sobreviver,
provavelmente, por termos sido mais violentos e utilizarmos melhor a tecnologia
para dominar e matar, já naquela época.
É importante observar que a tecnologia é
inerente a um processo de aceleração. O progresso da tecnologia no século XIX
excedeu enormemente o dos séculos anteriores. O crescimento exponencial
contínuo da tecnologia, nas primeiras duas décadas do século XX, foi maior que
o crescimento de todo o século XIX. No século atual, as transformações
tecnológicas são praticamente cotidianas.
Com o advento da Nanotecnologia (átomos), capaz de modificar
a estrutura da matéria, aliada à Tecnologia da Informação (bits), à
Biotecnologia (genes), à Neurociência Cognitiva (neurônios) e à Internet, os
seres humanos estamos inaugurando uma nova era, quiçá, a ponto de estender o
conhecimento humano a todos os objetos, aos mistérios da vida, ao
transcendente, quiçá a outros mundos ou a outras dimensões.
Resta saber o que isso tudo significa em termos de impactos
sociais, políticos e ambientais para a Humanidade, para a sociedade em que
vivemos. Deixo a reflexão como presente para o caro leitor.
(*) Rinaldo Barros é professor – rb@opiniaopolitica.com
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