LASCÍVIA
Corpo de leite
na contra-luz de tênues brilhos
tarde-noite adentro
em faustos repousos
entre lençóis igualmente brancos...
caminhas tal qual gazela
de linhagem clássica
a rondar meus abraços
nos fins de tarde
consentidos...
o vermelho e o negro
das tuas sedosas e limpas vestes
trazem o odor
de infindáveis primaveras
nesse verão de águas cálidas...
olhos vivos atrás de óculos espessos,
mergulham no inconsciente
desejo de ser feliz
em prolongados beijos
de todos os matizes...
corpo de leite
cheiro de égua no cio
alabastros em cada mão
e os cabelos de fogo
a roçar o chão
da noite...
é a quentura dos seios claros
cobertos por mantas negras
sabem da volúpia de amar
conscientemente
no alvorecer dessas carnes em agonia...
seu corpo
é um deleite pras minhas carícias
matinais
e repouso de crepúsculos
sobre a cama desarrumada:
lasciviamente tu me vens
com cheiro de longas caminhadas:
em volta das coxas
duas mãos se prendem
e deixam-se acarinhar freneticamente
enquanto adormeces
de paixão....
nua
permaneces em delírio
na espera de luares
enquanto caminhas
de volta
entre plantas de jardins multicores
e adormeces:
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