CAMINHAR PARA RESPEITAR A VIDA EXISTENTE
EM TODOS OS SERES
O ser humano já soma uma boa data existencial neste planeta que chamamos de Terra. Apesar de tantas oportunidades de crescimento, de aprendizado e de evolução em várias áreas do saber e da tecnologia, ainda apresentamos comportamento rudimentar em algumas áreas, as quais certamente um dia, espero ver a raça avançar.
É difícil de acreditar que com tantos alimentos, tantas áreas disponíveis para o cultivo, tanta terra, grãos e alimentos diversos, ainda não criamos um mecanismo de distribuir tudo de maneira equânime, contemplando todos e tirando da miséria e da fome vários de nossos irmãos.
A teoria de que é preciso fazer algo para se ter alguma coisa é fruto de uma mente egoísta, podemos e devemos sim repartir o pão e oferecer para outros seres melhores condições para que possam efetivamente ter trabalho. Raro encontrar aqueles que não queiram ter um ofício, uma ocupação, o que falta para muitos, são condições para isso, uma vez que governos corruptos ou com políticas equivocadas, provocam a exclusão de milhões, com conseqüências nefastas para o coletivo mundial.
Além de procurar uma forma de gestão que perceba o ser humano como terráqueo e não como brasileiro, americano ou afegão, procurando implantar uma postura gerencial acima de questões religiosas, raciais e políticas a, nossa espécie, precisa parar de se achar superior aos demais seres, provocando a morte dos mesmos para o agrado do seu paladar, sem perceber ali, sinais de vida, necessidade de permanência existencial e, precisa exercer de maneira correta a compaixão por todos.
Sidarta Gautama, o Buda, disse que devemos ter compaixão por todos os seres vivos. É necessário que caminhemos para uma evolução interior. Absortos em chips, botões, imagens tridimensionais e em DVD, LCD, HD vamos perdendo o nosso lado humano, ficando apenas o SER, individualizado, repleto de mordomias e, cada vez mais distanciado do se importar, do se engajar, do se socializar para que vendo tudo como uma unidade, possa efetivamente ter um comportamento planetário de inclusão, o que o mestre Jesus chamou de amor.
O amor que tanto falam, longe de ser um beijo, distante de ser um abraço, sem condições de ser um casamento, é o cimento, é a liga, é o que fortifica o todo, o conjunto, no respeito à vida do próximo, no compartilhar do pão, no dar as mãos para que todos possam ter o que fazer.
Milhões de seres vivem sem matar um só animal. Não se acham superiores e nem comungam de afirmações que dizem que eles vieram para nos servir. Textos sagrados não são conclusivos. Vem um, depois outro, quem tem razão? Analisando qualquer um, chegamos a conclusões diferentes.
Leio o sagrado com os olhos do bem e, encontro em todos eles a pregação do amor, da cidadania planetária e o respeito a todos os seres vivos.
Neste Natal e nos anos novos que surgirão, o verdadeiro presente, a grande promessa, a amorosa postura que todos devemos ter para com um futuro dourado, é deixar os animais vivos pela Terra, curtindo suas existências, dando de mamar a seus filhos, nadando, voando, correndo, participando da grande festa da vida sem estresse, sem preocupação, sem medo e sem perseguição, confinamento ou aprisionamento.
Um dia todos habitaremos este amado planeta de maneira verdadeiramente sadia, correta, repartindo a produção, dando chance ao irmão, convivendo com os animais, pois se existe evolução, ela deve ser inclusiva e pela vida e, com muito amor no coração.
Por Flávio Rezende*
· E escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)
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