sábado, 22 de dezembro de 2012

O ÚLTIMO NATAL DO FIM DO MUNDO

Texto: Nil Lus


No dia do fim do mundo todos os shopping fecharam. Milhões de desenfreados Homo Consumus aprisionaram-se nos sacos de desapontados Papais-noéis. Sem prendas os famigerados consumidores de mãos vazias voltaram frustados para suas casas. - Qual outra maneira agora de se comemorar o tradicional e milenar Natal? -agoniados perguntavam-se. Foi assim que os Homo Consumustiveram a ideia de se vestirem de papel presente e sentarem-se todos por baixo de suas árvores de Natal.
Á meia noite, numa prece de amor, com os corações em silencio, todos começaram a se abraçarem e se beijarem: estranhos, vizinhos, amigos, famílias, ateus, inimigos ocultos e inimigos declarados. Derepente, tomados pelo espírito disseminado daquele magnético ato o último Natal do fim do mundo tornou-se o maior movimento de ternura e benevolência jamais perpetrado no planeta. Acima do ódio, da mágoa, da tristeza, da guerra, do rancor, das brigas, angustias e amarguras cada ser humano passou a ser o único e o maior presente que poderia dar ao outro. Na ordem da corrente daquele amor, ninguém havia experimentado nada igual. Todos se alegravam uns com os outros. Era uma gigantesca corrente de energia. Só havia afeto, perdão e caridade para oferecer. Paz, sorriso e carinho em entrega e doação.
O som do barulho de papel presente se rasgando dos corpos de cada um soava como o ritmo de uma nova musica de um novo tempo, tal como a cascata de um novo paraíso, a seara de um novo lar. Rua à rua, bairro à bairro, cidade à cidade, estado à estado, país à país, continente à continente.
Súbito o serviço internacional de meteorologia informou o mais inusitado dos cataclismos mundiais: um gigantesco sismo de AFETO amplitude 10,0na escala Richter da magnitude do AMOR acabara de atingir diferentes países do mundo. O epicentro do tremor sacudiu corpos de todos os sexos provocando tsunamis de CARINHOS em todos os litorais espalhados pelas costas. Nunca se sentiu nada igual. A humanidade estava muda. Os deslocamentos das placas tectônicas de PAIXÕES afetaram milhões de regiões urbanas e rurais. A energia de vibração pôde ser sentida não somente no planeta Terra como dectada pela Curisioty emMarte e muito além das estrelas.
O melhor de tudo era que sentia-se uma presença luminosa emoldurando cada lar, cada canto, cada esquina, cada espaço: Deus. O Verbo do Amor se fazendo espirito entre todos. Aquela era a noite mais linda da humanidade. A fé como cartão de Natal. A fraternidade, chave para a porta da transformação. A felicidade cantada numa só voz. A paz como um perfume do amanhecer celebrando o Advento.
Não fosse esta a graça das mais encantadas das ilusões, quiça Deus me concedesse um último desejo no dia de hoje: eu gostaria que o mundo realmente acabasse, para que eu viesse este ultimo natal do fim do mundo. Sendo assim o que acabei de escrever e sonhar se transformaria na maior das verdades e uma noite assim nascesse de maravilhosa harmonia para que realmente salvasse o mundo de um verdadeiro fim.
Não me parece assim tão absurdo imaginar um Natal assim para sempre, numa espécie de conspiração do amor. No entanto, é no absurdo e na ilusão que vivem aqueles que ainda não entenderam que o fim do mundo é não compreender qual o verdadeiro sentido de nossos tempos: ofertar o maior e mais belo dos presentes que é fazer feliz alguém ao seu lado, sem preço e com apreço. Isto sim, marcaria o começo de uma nova raça humana! Pensamentos, sentimentos e ações enfim em sintonia de forma harmoniosa. E aí sim, a orientação magnética humana e não a planetária sofreria uma inversão dos reais valores. Um alinhamento humanitário poderia ser sentido, observado e participado. E o nosso coração, a estrela maior, o centro de nossa galáxia espiritual que é a Via Álmica, astrologicamente marcaria um momento especial por tratar-se de um evento que espera ocorrer amilhões e milhões de anos. O que sem duvida iria fazer sentirdentro de cada um de nós. Aí assim o mundo poderia até acabar, mas este Natal ninguém ia querer que terminasse.

Nil Lus


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