PROFESSOR E ESCRITOR
"Mestre
não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende".
(João Guimarães Rosa, escritor)
(João Guimarães Rosa, escritor)
(*) Rinaldo Barros
Os
computadores tomarão o lugar dos professores?
Esta é
uma questão que deveria ser debatida em todas as “reuniões de pais e mestres”
de todas as escolas brasileiras.
Não resta
dúvida de que, nos dias de hoje, a utilização de novas formas de interação
on-line atende às novas necessidades dos alunos; o incentivo à aprendizagem
ativa ao aluno já pode ser comprovada por meio de vários projetos já desenvolvidos
em todo pais; é evidente o acesso rápido e eficiente na obtenção de informações
relevantes e diversificadas e a melhoria da qualidade da comunicação entre
professores e alunos são viabilizadas pelas ferramentas interativas.
Hoje a
tecnologia é útil ao aprendizado, pois o seu desconhecimento vem gerando no
mundo atual o mesmo tipo de exclusão que sofre o analfabeto no mundo da
escrita. Agora, temos o “analfabite”.
O
essencial, todavia, deveria ser acreditar no potencial cognitivo de cada um.
Mas o que
existe de verdade é a falta de conforto com o uso da tecnologia nos ambientes
educacionais, que é decorrente do escasso investimento governamental em
políticas de formação e atualização do professor.
Para o
docente que vê na tecnologia uma forma de qualificar melhor suas práticas
pedagógicas, é fundamental enxergar a realidade e principalmente lutar contra o
discurso paralisante que domina o meio educacional. É preciso conhecer melhor
as políticas equivocadas que fazem parte da história da utilização da
informática na educação no Brasil.
Evitar a
resistência pelo desconhecimento é entender que o computador e o software
educacional, seja ele qual for, é uma ferramenta auxiliar do processo de
aprendizagem do aluno.
Uma aula
ruim é ruim com ou sem tecnologia, e uma aula boa será sempre boa
independentemente da tecnologia utilizada. Isto significa dizer que: a
qualidade está no conteúdo que deve ser bem planejado e disponibilizado de modo
que seja possível a aquisição de conhecimento pelo aluno.
A
tecnologia não cria ambientes que prescindem do professor. É preciso, no
entanto, que o professor tome para si a tarefa de projetar o material didático
e a pedagogia a ser utilizada no processo de ensino. Não inovar na produção do
material didático e nas metodologias de aprendizagem, significa deixar a cargo
de profissionais da área tecnológica, a tarefa de ensinar por meio de software
desenvolvido sem o viés da educação, do pensamento crítico, o que de um modo
geral vem ocorrendo com frequência.
É fato
que os perfis dos profissionais, que hoje planejam software educacional, são de
programadores de computador, que desconhecem a realidade da área educacional. O
planejamento de um bom projeto necessita da formação de uma equipe multidisciplinar,
cujos participantes complementem o projeto utilizando suas competências
específicas e diversificadas.
É nesse
contexto que informações provenientes de diversas direções chegam a indivíduos
cuja realidade não lhes permite desenvolver capacidade crítica de análise,
competência fundamental para evitar o colapso de valores importantes para o
desenvolvimento da cidadania, da ética e da solidariedade.
Por meio
dessa abordagem, o uso da tecnologia integra novos saberes à prática
educacional proporcionando ao professor uma maior capacidade crítica de sua
ação pedagógica e um leque maior de possibilidades na busca pelo interesse dos
seus alunos.
Estudos
demonstram que a utilização das novas tecnologias de informação e comunicação
(NTICs), como ferramenta, traz uma enorme contribuição para a prática escolar
em qualquer nível de ensino.
Com a
revolução tecnológica e científica, a sociedade mudou muito nas últimas
décadas. Assim, a educação não tem somente que adaptar às novas necessidades
dessa sociedade do conhecimento. Mas, principalmente, tem que assumir um papel
de ponta nesse processo.
Os computadores
não irão tomar o lugar dos professores. Mas, os professores terão que aprender –
de repente – a demonstrar, na prática, quem está no comando. Falei!
(*) Rinaldo Barros é professor – rb@opiniaopolitica.com
ATUALIZE SEUS CONHECIMENTOS
http://opiniaopolitica.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Teremos o maior prazer em receber seu comentário.