domingo, 14 de abril de 2013


RECOLLECTION
                  Ciro José Tavares


                                                  Ao Pedro Simões, in memoriam.

            “nenhuma geração impaciente pode apagar o teu vestígio
            E o canto que escuto nesta noite fugitiva
            Também foi ouvido por reis “e aldeãos.”.
            John Keats, in Ode a um Rouxinol
           
            Mais uma vez, e não será a última,
            acendo candelabros para orientar
            teus regressos, renovados nas lembranças,
            diluídas nas sombras claras dos caminhos.
            Tuas notícias chegam pelos quasares de Hermes
            e contam dos folguedos alegres que divides
            com os sagrados avós que nos antecederam.
            Aqui, exilados nessa Patmos de saudades,
            olhares fixados nas estrelas
            buscam encontrar teu rosto no mistério do espaço,
ou ouvir a tua voz de andarilho das constelações
recitar poemas dessa nova dimensão,
versos que viajem pelo tempo  como luz balsâmica,
para cicatrizar nossas feridas e amortecer as dores.
   



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