sexta-feira, 14 de março de 2014

HOMENAGEM A DOZINHO(IN MEM0RIAM)


                        ESCRITOR CIRO JOSÉ TAVARES 

O ÚLTIMO CARNAVAL
        Entre o imponderável e a esperança, caminhou
 acima do fio da navalha e nós o ladeávamos com nossas orações.
 Esse tempo estressante lembrava-me, 
todas as manhãs, o verso da Balada do Cárcere de Reading 
“nunca homem vi que contemplasse tão ansioso a luz do dia.”
A morte de Claudionor Batista de Oliveira, o nosso Dozinho,
 é um golpe que atinge toda uma cidade e entristece as almas sensíveis 
de minhageração, pois não conheço ninguém que,
 nos carnavais dos anos cinquenta, não tivesse, nas ruas 
e nos salões dos clubes, cantado suas músicas que nos levavam, 
sob jatos de lança – perfumes coloridos pedacinhos de confetes
 e rolos de serpentinas, pelo meio da turba enlouquecida.
Faz um bom tempo em que nos encontramos.
 Foi no dia em que a Câmara Municipal de Natal 
outorgou-lhe o título de cidadão natalense.
 Estava na companhia de Leide Câmara,
 amiga fidelíssima de todos os momentos. 
No rosto o sorriso franco, a simpatia irradiante.
 Adormecido numa UTI de um hospital, indiferente as coisas que circulavam 
externamente,podia estar, pela vontade do Pai do Tempo, sonhando
 como o carnaval que lá fora acontecia, 
o derradeiro, enquanto aguardava a vinda de uma legião de anjos
 para conduzi-lo à presença de Deus.
 Quero guardar de Dozinho a alegria cativante
 e uma lembrança que não se perderá na minha memória. 
Viajou à sua nova dimensão, na véspera do Dia Nacional da Poesia,
 a última de suas premiações.



 CLAUDIONOR BATISTA DE OLIVEIRA

(DOZINHO) 
ENCANTOU-SE DIA 13 DE MARÇO DE 2014

Natural de Campo Grande-RN, nascido a 24 de novembro de 1927. Embora ficasse conhecido como compositor de frevos, sua carreira teve início com composições para campanhas publicitárias como também políticas. Compôs também sambas-enredo. Foi assistente de orquestra da Rádio Nacional no Rio de Janeiro. Trabalhou na Gravadora Copacabana como agente e na Mocambo como representante. Começou a compor na década de 1940. Em 1952, teve suas primeiras composições gravadas, o samba-choro "Há sinceridade nisso?", e o baião "Se tocá eu danço", feitos em parceria com Manezinho Araújo e Carvalhinho e gravados por César de Alencar, dois de seus maiores sucessos. No mesmo ano e com a mesma dupla fez o baião "Jica-jica", gravado em dueto por César de Alencar e Heleninha Costa. Por essa época compôs a música de carnaval "Marta Rocha", em homenagem à então miss Brasil, que visitava a cidade de Natal e que permaneceu inédita. Em 1955, Os Cancioneiros gravaram, de sua parceria com Genival Macedo, o baião "Menino de pobre". No mesmo, ano Déa Soares gravou o samba "Peço a Deus", parceria com Sebastião Rosendo. Em 1956, o Trio Puraci gravou dele e Hilário Marcelino a marcha "Vou de reboque" e Expedito Baracho o samba-canção "Beco da maldição". Em 1957, Os Cancioneiros gravaram os frevo-canções "Tempero de pobre" e "Fantasia de capim", que também figuram entre seus maiores sucessos. Em 1959, Gilberto Fernandes gravou o samba-canção "Trapo", parceria com Zito Limeira, e o samba "Só depende de você". Em 1962, Gilberto Fernandes gravou o samba-canção "Maltrapilha" e Os Cancioneiros o samba "Sofredor". Nesse mesmo ano, obteve grande êxito no lançamento do LP "Primeiro ensaio", que recebeu as seguintes palavras elogiosas do historiador Câmara Cascudo: "Dozinho tem a linguagem musical. Diz todas as suas emoções na linha melódica, doce, clara, fácil, com uma naturalidade de fonte. E uma grandeza espontânea de predestinado". Ainda no mesmo ano compôs "O mais querido", hino do ABC Futebol Clube, popular clube de futebol de Natal. Compôs ainda o hino do Alecrim Futebol Clube e um segundo hino do América Futebol Clube de Natal. Em 1963, Roberto Bozzam gravou o bolero "Se alguém me perguntar" e o frevo-canção "Só presta quente". Em 1964, Meves Gomes gravou o frevo-canção "Eu quero mais..." e José Alves "Me deixa em paz". Entre seus LPs destaca-se "Carnaval de Norte a sul", com 12 composições em parceria com Waldir Minone, interpretadas por Claudionor Germano, Albertinho Fortuna, Expedito Baracho, que cantou solo e como integrinte do conjunto Os Cancioneiros e Carminha Mascarenhas. Em 1965 lançou o compacto simples "A vez do morro" e "Ponta negra", como parte da campanha Pró-Frente de trabalho João XXIII. No mesmo ano Gilberto Ferandes gravou "Baião". Teve músicas gravadas, entre outros, por Claudionor Germano, Blecaute, Expedito Baracho, Trio Guarany com Orquestra Tamandaré e Paulo Marquez. É um considerado um dos grandes do carnaval ao lado de nomes como Capiba e Nelson Ferreira. Depois de atuar no Rio de Janeiro e no Recife, retornou para a cidade de Natal.
Aos 83 anos, o compositor se despede das gravações, deixando o último disco, intitulado 'Bloco sem nome', que retrata a realidade atual do carnaval natalense, como na música-título do disco e também em Dólar na cueca - uma crítica aos políticos corruptos do país. 

O álbum 'Bloco sem nome' tem arranjos de Jubileu Filho e participação de artistas como Paulo Tito, Claudionor Germano, Tânia Talli, Expedito Baracho e Isaque Galvão. Apesar de ser a última gravação que Dozinho realiza, ele garante que continuará compondo suas marchinhas e frevos para alegria daqueles que brincam carnaval.

Fonte: CG News
Dozinho

Claudionor Batista de Oliveira

24/12/1927 Augusto Severo, RN
Embora ficasse conhecido como compositor de frevos, sua carreira teve início com composições para campanhas publicitárias como também políticas.
Compôs também sambas-enredo.
Foi assistente de orquestra da Rádio Nacional no Rio de Janeiro.
Trabalhou na Gravadora Copacabana como agente e na Mocambo como representante. Começou a compor na década de 1940.
Em 1952, teve suas primeiras composições gravadas, o samba-choro "Há sinceridade nisso?", e o baião "Se tocá eu danço", feitos em parceria com Manezinho Araújo e Carvalhinho e gravados por César de Alencar, dois de seus maiores sucessos.
No mesmo ano e com a mesma dupla fez o baião "Jica-jica", gravado em dueto por César de Alencar e Heleninha Costa.
Por essa época compôs a música de carnaval "Marta Rocha", em homenagem à então miss Brasil, que visitava a cidade de Natal e que permaneceu inédita.
Em 1955, Os Cancioneiros gravaram, de sua parceria com Genival Macedo, o baião "Menino de pobre".
No mesmo, ano Déa Soares gravou o samba "Peço a Deus", parceria com Sebastião Rosendo.
Em 1956, o Trio Puraci gravou dele e Hilário Marcelino a marcha "Vou de reboque" e Expedito Baracho o samba-canção "Beco da maldição".
Em 1957, Os Cancioneiros gravaram os frevo-canções "Tempero de pobre" e "Fantasia de capim", que também figuram entre seus maiores sucessos.
Em 1959, Gilberto Fernandes gravou o samba-canção "Trapo", parceria com Zito Limeira, e o samba "Só depende de você".
Em 1962, Gilberto Fernandes gravou o samba-canção "Maltrapilha" e Os Cancioneiros o samba "Sofredor".
Nesse mesmo ano, obteve grande êxito no lançamento do LP "Primeiro ensaio", que recebeu as seguintes palavras elogiosas do historiador Câmara Cascudo: "Dosinho tem a linguagem musical. Diz todas as suas emoções na linha melódica, doce, clara, fácil, com uma naturalidade de fonte. E uma grandeza espontânea de predestinado".
Ainda no mesmo ano compôs "O mais querido", hino do ABC Futebol Clube, popular clube de futebol de Natal. Compôs ainda o hino do Alecrim Futebol Clube e um segundo hino do América Futebol Clube de Natal.
Em 1963, Roberto Bozzam gravou o bolero "Se alguém me perguntar" e o frevo-canção "Só presta quente".
Em 1964, Meves Gomes gravou o frevo-canção "Eu quero mais..." e José Alves "Me deixa em paz".
Entre seus LPs destaca-se "Carnaval de Norte a sul", com 12 composições em parceria com Waldir Minone, interpretadas por Claudionor Germano, Albertinho Fortuna, Expedito Baracho, que cantou solo e como integrinte do conjunto Os Cancioneiros e Carminha Mascarenhas.
Em 1965 lançou o compacto simples "A vez do morro" e "Ponta negra", como parte da campanha Pró-Frente de trabalho João XXIII.
No mesmo ano Gilberto Ferandes gravou "Baião". Teve músicas gravadas, entre outros, por Claudionor Germano, Blecaute, Expedito Baracho, Trio Guarany com Orquestra Tamandaré e Paulo Marquez.
É um considerado um dos grandes do carnaval ao lado de nomes como Capiba e Nelson Ferreira. Depois de atuar no Rio de Janeiro e no Recife, retornou para a cidade de Natal.
Obras

A culpa é sua 

A hora da virada chegou! 
A marcha da ressaca (c/ Cláudio Paraíba)
A vez do morro 
A vida de uma flor (c/ J. Silveira)
Baião

Discografia
([S/D]) Carnaval de Norte a Sul • Musicam • LP

(1962) Primeiro ensaio • Mocambo • LP

( S/D) É isso aí • Independente • LP
Bibliografia Crítica
CÂMARA, Leide. Dicionário da Música do Rio Grande do Norte. Natal: Acervo da Música Potiguar, 2001.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Teremos o maior prazer em receber seu comentário.