sexta-feira, 3 de maio de 2013

NOS CONTORNOS DO POTENGI

                                                           NOS CONTORNOS DO RIO POTENGI

                         Manoel Marques Filho que é pedagogo e advogado, atualmente aposentado da EMATER, atuou por longos anos em duas frentes: inicialmente como especialista em Planejamento e Administração de Recursos Humanos, quando durante duas décadas trabalhou com a capacitação de extensionistas rurais e depois, por quase dez anos exerceu as atividades de Assessor Jurídico da Autarquia EMATER-RN.
Essas experiências profissionais renderam – lhe dois livros: A Extensão Rural em Meio Século – A Experiência do Rio Grande do Norte e A Educação em Extensão Rural- Algumas Questões Essenciais. No entanto, paralelamente a sua atividade técnica, com o seu talento de ficcionista, durante diversos anos publicou inúmeros contos em jornais e revistas culturais, principalmente no Jornal O GALO, onde escreveu durante todos os últimos momentos da existência do referido veículo cultural de tanta importância cultural na nossa cidade.
Ultimamente incorporou-se a ações junto à União Brasileira de Escritores, onde atualmente exerce o cargo de Secretário Geral.
                       Agora, com este Nos Contornos do Rio Potengi, demonstra o ficcionista talentoso que é com total domínio da Palavra e dos sentimentos. Os 21 contos aqui selecionados (uns inéditos; outros não) atestam a minha afirmativa.
O que se sobressai na escrita de Manoel Marques Filho é a capacidade de expor suas estórias com tanta limpidez. Seus textos possuem todos os ingredientes preconizados pelo mestre Graciliano Ramos, que tinha pavor ao uso excessivo de adjetivos; a prosa de Manoel é substantiva. Seus personagens quase sempre são pessoas que vivem no limite, como o personagem João Paulo, no conto Caldo Grosso: “O homem era diferente das pessoas comuns, silencioso, de uma calma total, pausado nos gestos até para beber cachaça, enquanto que Dona Diva, sua mulher, gorda e gasguita, falava pelos cotovelos e dobrava o pescoço em demoradas gargalhadas. (...) O até então João Paulo, com sua brandura de olhar(...) deitou  a mulher briguenta ao chão de barro batido(...) com um só  golpe de faca amolada  cortou-lhe a orelha direita”.
                     Numa terra infestada de versejadores, é motivo de alegria a publicação do trabalho de um bom ficcionista prosador. Comemoremos, pois, essa possibilidade de nos deleitarmos na leitura desta agradável e talentosa obra. A  Literatura Potiguar agradece.
Eduardo Gosson é Presidente da União  Brasileira de Escritores do Rio  Grande do Norte – UBE/RN




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